O Ministério Público acusou um professor de uma escola primária da Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga, de 3.734 crimes de abuso sexual de crianças, cometidos sobre 11 alunas, com idades entre 6 e 9 anos.
O arguido, atualmente com 50 anos, praticou os crimes na sala de aulas enquanto lecionava, entre setembro de 2017 e 7 de maio deste ano, dia em que foi detido pela Polícia Judiciária e ficou depois em prisão preventiva, segundo o despacho de acusação a que a agência Lusa teve acesso.
O professor do primeiro ciclo “a pretexto de explicar matéria escolar ou esclarecer dúvidas”, chamava as vítimas para junto da mesa onde lecionava na sala de aula, colocava-as seu colo e tocava-lhes.
Além dos 3.734 crimes de abuso sexual de crianças agravado, o professor está ainda acusado de três crimes de maus-tratos a três outros alunos, uma menina e dois meninos, a quem, segundo o MP, deu palmadas na cabeça, agarrou e puxou o cabelo e as orelhas e chamou “burro, palerma, estúpido”.
Para o Ministério Público, o comportamento do docente “comprometeu e compromete seriamente o desenvolvimento harmonioso das vítimas, uma vez que contende com o núcleo mais essencial para o desenvolvimento harmonioso de uma pessoa: a sua intimidade, a disposição do seu corpo, o estabelecimento saudável das relações de proximidade com terceiros e a criação de laços familiares com os mais próximos”.
O arguido, professor primário há cerca de 24 anos, vai ainda responder por três crimes de pornografia de menores.