Uma conferência de imprensa dura. ‘Pôxa! Ainda agora cheguei e já querem mandar-me embora ‘

Boa Morte sob fogo cerrado acusa Moçambique de falta de respeito.

BISSAU – O jogo tinha acabado há dez minutos e Boa Morte foi lançado às feras: a primeira pergunta foi se se ia demitir. ‘Pôxa! Ainda agora cheguei e já querem mandar-me embora?’ Confusão instalada. O colega guineense insiste. Quer que ele peça desculpa à Guiné e aos jornalistas. Um circo. ‘Mandou os jornalistas para a pôxa!’, teima o outro. Luís consegue manter a calma. ‘Não entrem em desinformação. Pôxa é expressão que usei. Ninguém manda ninguém para pôxa. Que é isso? Sei que estão tristes por não irem à fase final da CAN mas só cheguei em junho e tenho um projecto. Se mandarem os treinadores embora a cada derrota não vão ter projetos que aguentem. Ninguém está mais triste do que os jogadores. Não viram? Não viram o que se esforçaram? Deram tudo! Se algo falhou a culpa é minha porque faço as escolhas. Mas também houve problemas de organização. Não me venham é agora com isso de insultos. Não insulto ninguém. Sou educado!’ O colega não foi por diante com a parvoíce mas estava com ar furibundo. Depois um moçambicano quis sacar uma frase de parabéns para a sua equipa. Levou para assar: ‘Dou parabéns ao Mali. Gosto de respeito. Perder e ganhar mas com respeito. E, em Maputo, Moçambique não teve respeito pela Guiné Bissau e eu vou sempre exigir respeito pela minha equipa e pelos meus jogadores ‘. A coisa não esteve fácil mas o Luís aguentou. Não se esperava dele outra atitude.