Dois dos detidos na quarta-feira pela Polícia Judiciária na sequência dos ataques com engenhos incendiários que, a 24 de outubro, destruíram um autocarro da Carris Metropolitana e feriram o motorista, que ficou com sequelas permanentes, ficaram esta quinta-feira em prisão preventiva.
Segundo um comunicado do Tribunal de Instrução Criminal de Loures a que o Nascer do Sol teve acesso, o juíz de instrução criminal (JIC) afirma que “os arguidos foram submetidos a primeiro interrogatório, tendo prestado declarações em que negaram a prática dos factos” tendo sido “julgadas válidas as detenções” e “considerada fortemente indiciada a prática pelos arguidos de factos integradores da prática, em co autoria material, de um crime de homicídio qualificado na forma tentada”.
O JIC decretou a prisão preventiva por considerar ainda haver fortes indícios de um crimes de incêndio, dano qualificado e omissão de auxílio
A medida de prisão preventiva foi aplicada pelo magistrado “por se reconhecer a existência na sua vertente mais elevada, de perigo de perturbação da ordem e tranquilidade públicas (…) perigo de continuação da atividade criminosa (…) e ainda perigo de perturbação do inquérito” uma vez que “algumas pessoas residentes nas imediações onde os factos ocorreram recusaram prestar depoimento justificando que tinham receio de represálias por parte dos arguidos”.
Face ao exposto, “o juiz de instrução criminal entendeu ser suficiente, proporcional e adequado às exigências cautelares que o caso demanda e à gravidade dos crimes imputados aos arguidos, sujeitá-los (…) a prisão preventiva”.
Durante várias noites registaram-se tumultos em vários bairros da Grande Lisboa após Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal ter sido baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no Bairro da Cova da Moura, e ter morrido pouco depois.
Durante os tumultos foram incendiados mais autocarros, dezenas de automóveis e contentores do lixo, mas o ataque que deixou em estado grave o motorista é o mais grave em investigação.