PS, BE e CPL abandonam reunião da Câmara de Lisboa

A Câmara de Lisboa (CML) assegurou que os termos da reunião extraordinária do executivo tinham sido comunicados e acertados com a oposição

Os vereadores de PS, BE e Cidadãos Por Lisboa abandonaram esta sexta-feira a reunião extraordinária da Câmara de Lisboa. O abandono foi em protesto pela ausência do presidente, Carlos Moedas (PSD), e da maioria dos eleitos da liderança PSD/CDS-PP.

Na reunião extraordinária privada, nos Paços do Concelho, permaneceram apenas na sala, além dos vereadores que representam a liderança (PSD/CDS-PP), os eleitos do PCP e do Livre.

A Câmara de Lisboa (CML) assegurou que os termos da reunião extraordinária do executivo tinham sido comunicados e acertados com a oposição. 

“Não só estavam, e sempre estiveram, garantidas todas as condições para o funcionamento da referida reunião, como a mesma acabou por ter o quórum necessário para a sua realização e deliberação de propostas importantes que foram discutidas e votadas”, indicou a CML à agência Lusa. 

Contudo, essa versão é desmentida pelos partidos da oposição que garantem que só foram avisados que o vice-presidente da Câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), estaria presente na reunião via ‘teams’ para prestar esclarecimentos sobre a proposta de alteração orçamental.

“Não estavam presentes nem o senhor presidente da Câmara, nem o senhor vice-presidente que se fizeram substituir”, disse o vereador do Livre.

Segundo Carlos Teixeira, foi pedido o adiamento dos trabalhos, presididos pela vereadora Filipa Roseta, até que estivessem presentes os restantes vereadores com pelouro, mas a proposta não foi aceite.

Por seu turno, os vereadores do PS explicaram que saíram da reunião de Câmara “em protesto”, por causa do “desrespeito sistemático com que a gestão de Carlos Moedas trata os momentos de deliberação”.

Já os vereadores do CPL, que também abandonaram a sala, salientaram que governar a cidade é acima de tudo ter estratégia, preparar propostas e defendê-las de forma transparente.

No mesmo sentido, o BE/Lisboa, outra das forças políticas que abandonou a sessão em protesto, criticou a ausência da maioria dos vereadores da liderança, notando que tal tornou inviável a colocação de questões e a realização do debate.

O PCP/Lisboa, embora tivesse permanecido na reunião, também criticou a ausência do presidente, do vice-presidente e de mais três vereadores com pelouro.

Na sessão desta sexta-feira foram discutidas e aprovadas propostas referentes a apoios financeiros e entidades desportivas e também uma alteração ao orçamento de 2024 e às grandes Opções do Plano 2024-2028.

Atualmente, o executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) – que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta -, três do PS, dois do PCP, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do BE.