Isaltino de regresso ao PSD?

O namoro entre Isaltino e a direção de Montenegro tornou-se público num jantar de Natal do PSD/Oeiras.

São cada vez mais os que acreditam que está próxima a data em que Isaltino de Morais, presidente da Câmara de Oeiras, possa voltar a ingressar no PSD seu partido de origem.

O autarca, que esta semana anunciou a recandidatura, tem mostrado uma aproximação ao partido desde que Luís Montenegro assumiu a liderança e, no PSD há muitas vozes a desejar o regresso do homem que garantiria uma vitória segura ao partido caso decida regressar antes das eleições autárquicas.

Os sinais de aproximação tiveram um novo incremento nos últimos dias quando, para espanto de muitos, Isaltino Morais marcou presença num restaurante do concelho onde decorria um jantar de Natal do PSD/Oeiras. Ao habitual encontro natalício compareceu também Hugo Soares, secretário-geral do partido e líder da bancada social-democrata.

Surpreendida com a presença no jantar de Nuno Gusmão, antigo militante do CDS/Oeiras (que tendo-se desfiliado do seu partido de origem, procura agora encaixar-se entre os sociais-democratas), uma histórica laranjinha do concelho comentou em tom jocoso com os seus companheiros de mesa: «agora só falta vir também o Isaltino». Para espanto geral, minutos depois Isaltino entrava no restaurante para confraternizar com os seus antigos companheiros.

Isaltino e Santana Lopes, dois valores seguros para o PSD

Questionado sobre se a presença de Isaltino Morais no jantar de Natal é um sinal de um regresso iminente ao partido, Hugo Soares garante que a presença do autarca foi apenas um gesto de simpatia de um amigo.

Isaltino afastou-se do partido durante a liderança de Marques Mendes que fez questão de afastar todos os candidatos autarcas que tivessem questões com a justiça.

Isaltino não gostou, desfiliou-se do PSD e candidatou-se como independente numas eleições que venceu por larga margem. Desde então as relações com o autarca foram difíceis, até porque Isaltino acabou por cumprir pena de prisão.

Cumprida a pena, o autarca voltou a candidatar-se, estando agora a terminar o segundo mandato consecutivo e tendo já anunciado que se vai candidatar pela terceira vez. Nas contas da atual direção do PSD para as eleições autárquicas pode estar o desafio a Isaltino Morais e Pedro Santana Lopes, para que desta vez se candidatem pelo PSD, que os dois abandonaram por razões diversas. Não havendo anti-corpos de nenhum dos dois em relação ao partido, se o convite surgir, é provável que aceitem o desafio.

Para a direção de Luís Montenegro o regresso de Isaltino e Santana ao partido teria a vantagem de garantir duas vitórias certas numas eleições autárquicas em que o partido que está no Governo vai ser avaliado. Conquistando ou não a liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), atualmente ocupada pela socialista Luísa Salgueiro, os sociais democratas apostam na conquista, ou manutenção de câmaras emblemáticas, como é o caso de Lisboa, Porto, Coimbra e Braga, mas a conquista de municípios importantes como Sintra, Figueira da Foz ou Oeiras potencia a perceção de um bom resultado numas eleições que Rui Rio perdeu por muitos para os socialistas.

Quem não gostará de assistir a uma reaproximação de Isaltino Morais ao PSD é Marques Mendes que arriscou perder uma câmara emblemática nas eleições de 2006, em nome dos princípios de credibilidade na política que defendia. Agora Marques Mendes é o possível candidato apoiado pelo partido às eleições presidenciais, mas a aproximação a Isaltino que, ainda por cima, já anunciou o seu apoio a Gouveia e Melo, pode cair muito mal nas relações, até aqui muito cordiais, entre Montenegro e o comentador da SIC.