Regresso de Mondlane a Maputo gera o caos em Maputo

Pelo menos duas pessoas morreram.

O candidato às presidenciais moçambicanas Venâncio Mondlane voltou a Maputo, esta quinta-feira, dois meses e meio depois de ter deixado o país, na sequência de ter rejeitado publicamente que o resultado das eleições de 9 de outubro.

Uma multidão de apoiantes que se juntou para ouvir Mondlane foi obrigada a dispersar pela polícia moçambicana que recorrer a gás lacrimogéneo e a disparos, pelo menos duas pessoas morreram.

Na intervenção que fazia, na zona do Mercado Estrela, Venâncio Mondlane reiterou  que vai até às últimas consequências para conseguir o que considera ser a reposição da verdade eleitoral e reafirmou-se como vencedor das eleições gerais de 9 de outubro.

Logo à chegada no aeroporto, Mondlane fez questão de explicar o seu regresso ao país e acusou o regime de estar a levar a cabo um “genocídio silencioso”

“Quero quebrar a narrativa de que estou ausente por vontade própria da iniciativas de diálogo, estou aqui em carne e osso para dizer que se querem negociar, dialogar comigo, querem ir à mesa de negociações estou aqui presente para o diálogo”, disse.

“Eu acho que não posso estar ao fresco, bem protegido, quando o próprio povo, que está no suporte da minha candidatura, dos meus valores, está a ser massacrado”, explicou.

Para Mondlane, as autoridades são responsáveis pela “espécie de genocídio silencioso” que diz estar a ocorrer no país.

“As pessoas estão a ser sequestradas nas suas casas, estão a ser executadas extrajudicialmente nas matas, estão a ser descobertas as valas comuns com supostos apoiantes de Venâncio Mondlane”, acusou.