Israel começou a intercetar os barcos da flotilha que segue com intenção de chegar à Faixa de Gaza. Nas redes sociais, o movimento informou que as embarcações foram abordadas por militares israelitas e que as câmaras dos barcos intercetados ficaram offline.
Segundo o jornal espanhol El País, forças armadas israelitas intercetaram já três navios, entre eles o Adara, o terceiro maior navio da Flotilha. Outro navio intercetado é o Alma, que lidera a missão. O barco Sirius também teve o mesmo destino.
A deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua e a atriz Sofia Aparício, que seguiam no barco Adara, terão sido detidas por Israel. A informação é avançada pela irmã da deputada, Joana Mortágua, no Instagram.
Em comunicado, o Presidente da República confirmou, junto do Governo, que será assegurado “todo o apoio consular aos compatriotas detidos”, assim como “todo o apoio ao regresso a Portugal”.
Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros português refere, em comunicado, que o Governo acompanhou os portugueses “desde o início da missão”.
“Os Serviços Consulares da Embaixada de Portugal em Telavive estão em contacto regular há vários dias com as autoridades israelitas a quem solicitaram reiteradamente que os cidadãos nacionais a bordo da flotilha sejam tratados com dignidade, sem violência e em respeito dos seus Direitos Humanos individuais. Os mesmos serviços solicitaram ainda que, logo que possível, sejam informados do seu estado e do local onde serão detidos, para ser prestada a devida proteção diplomática e consular”, refere o Ministério.
“As autoridades israelitas garantiram ser sua intenção tratar as pessoas com toda a dignidade e sem recurso a violência, tendo explicado que a operação de abordagem levará algum tempo, dado o elevado número de embarcações e que, na primeira oportunidade, nos será permitido visitar os cidadãos nacionais que integram a flotilha. Os serviços consulares já conseguiram contactar um dos portugueses em alto mar, reforçando que estamos alerta e totalmente disponíveis para prestar todo o apoio”, explica.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita informou entretanto que “várias embarcações da flotilha Sumud-Hamas foram travadas em segurança e os seus passageiros estão a ser transferidos para um porto israelita. Greta e os seus amigos estão seguros e bem de saúde”, lê-se na declaração das autoridades de Telavive.
O ministro italiano da Defesa, Guido Croseto, informou que Israel deu garantias de que não seria exercida violência sobre os detidos. Segundo informou o ministro italiano os ocupantes dos barcos intercetados serão transferidos para Israel para expulsão.
“Todos os barcos estão cercados e devem ser transferidos para o porto de Ashdod, onde cada país terá que cuidar de seus cidadãos”, declarou o ministro à emissora pública de televisão RAI.
À medida que os barcos da se aproximavam, seguiam os pedidos israelitas para que mudassem o rumo. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel publicou um vídeo no qual a Marinha comunicava por por rádio com os ativistas, dizendo que eles estavam a “aproximar-se de uma zona bloqueada”.
“Se desejam entregar ajuda a Gaza, podem fazê-lo através dos canais estabelecidos. Por favor, mudem o vosso rumo para o porto de Ashdod, onde a ajuda será submetida a uma inspeção de segurança e depois transferida para a Faixa de Gaza”, é possível ouvir.
A Flotilha Global Sumud, com Greta Thunberg, o neto de Nelson Mandela, Mandla Mandela, e vários legisladores europeus a bordo, é composta por quase 50 barcos e 500 pessoas e transporta uma quantidade simbólica de ajuda humanitária.