A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) afirmou, esta quarta-feira, que esperava “um bocadinho mais de decência e dignidade” por parte das instituições portuguesas, na sequência da notícia de que os quatro ativistas portugueses que participaram na flotilha com destino a Gaza terão de assumir os custos do seu repatriamento.
“Uma pessoa espera sempre um bocadinho mais de decência e dignidade das instituições em Portugal, mas nunca nos devemos deixar de surpreender. Acho que isso é um bom princípio”, disse Mariana Mortágua, durante uma ação de campanha para as eleições autárquicas em Oeiras, no distrito de Lisboa.
Segundo a coordenadora do BE, o Governo divulgou publicamente que teriam de pagar os custos do regresso a Portugal, ainda antes de qualquer notificação oficial.
Questionada sobre os valores, Mariana Mortágua disse ainda não ter recebido qualquer comunicação formal e escusou-se a fazer mais comentários, remetendo para declarações já partilhadas nas redes sociais.
Na terça-feira, através da rede social X (antigo Twitter), Mariana Mortágua referiu que a flotilha tinha como destino Gaza, e não Israel, e criticou a decisão do Governo português: “O Governo decidiu imputar o custo a quem levava ajuda humanitária contra o genocídio. Um Governo decente mandaria a fatura ao genocida. Pagarei o bilhete, comprando a prova de que há ministros sem espinha”, escreveu.
A notícia de que Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício, e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves, que chegaram a Portugal no domingo à noite, teriam de suportar os custos do regresso foi avançada pelo Correio da Manhã e entretanto confirmada por vários órgãos de comunicação social junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros.