Professores fazem ultimato ao Ministério da Educação

Os sindicatos deram 48 horas ao Ministério da Educação e Ciência (MEC) para receber os representantes dos professores numa tentativa a corrigir os “erros” verificados nos concursos de colocação. No último dia para o arranque do ano lectivo, os sindicatos organizaram uma conferência de imprensa onde denunciaram várias irregularidades que estão a ser detectadas por…

Professores fazem ultimato ao Ministério da Educação

«Damos 48 horas ao MEC para receber as organizações sindicais para discutir a questão política da prova de avaliação de conhecimentos e capacidades (PAAC) e da bolsa de contratação de escola», afirmou Mário Nogueira. O porta-voz da plataforma de sindicatos exigiu ainda debater as questões técnicas relacionadas com os concursos com Director Geral da Administração Escolar, de modo a evitar que milhares de professores vão reivindicar os seus direitos para os tribunais.

Uma terceira exigência feita pelos sindicatos foi a de que o Governo suspenda o processo de colocação da BCE e que as escolas divulguem os sub-critérios que usaram para colocar determinados professores, bem como a sua ponderação e fórmula de cálculo.

 Se isto não acontecer até quarta-feira, os representantes dos docentes prometem concentrar-se em frente ao Ministério da Educação exigindo ser recebidos por Nuno Crato. Ponderam ainda entregar no tribunal uma acção geral a pedir a anulação deste concurso.

«Isto não pode passar impune. Há que resolver os problemas», afirmou o dirigente sindical, criticando a tutela por ter afirmado que o ano lectivo arrancou dentro da normalidade e com alguns problemas pontuais a resolver. Mário Nogueira acrescentou que o que está a causar mais polémica é o processo da bolsa de colocação de escola, um concurso que permite às cerca de 300 escolas com autonomia ou inseridas nos territórios educativos de intervenção prioritária (TEIP) contratarem professores para colmatar as necessidades, depois de realizados os concursos nacionais. Esta contratação feita pelas escolas baseia-se na graduação profissional e curricular, mas os sindicatos garantem que existem erros nestes cálculos pois muitos professores passaram à frente de outros, nalguns casos em centenas de lugares.

Mário Nogueira acrescentou que há casos em que, para conseguir obter os resultados que lhes foram atribuídos (por exemplo, uma determinada pontuação por anos de serviço), alguns professores tinham que ter começado a trabalhar aos 9 anos de idade.

rita.carvalho@sol.pt