Rio desconfia do PSD e de “organização mais ou menos secreta”

Rui Rio desmente as notícias que o ligam a suspeitas num concurso promovido pelo secretário de Estado Castro de Almeida. O ex-autarca do Porto acha mesmo que está a ser alvo de uma campanha para o denegrir.

Rio desconfia do PSD e de “organização mais ou menos secreta”

Numa mensagem colocada online no seu grupo de apoio no Facebook, Rio diz acreditar que a campanha que o tenta afectar terá por trás elementos do PSD e uma “organização mais ou menos secreta”.

Rio acha que “Sectores que não serão alheios ao [seu] próprio partido e, quiçá, a alguma organização mais ou menos secreta que possa por aí existir e que se possa eventualmente mover com maior destreza nestes meios do jornalismo e do recrutamento profissional, são bem capazes de poder ter qualquer coisa a ver com “esta coisa”“.

O ex-presidente da Câmara do Porto diz que vai processar o jornal i por causa da notícia e deixa um comentário irónico sobre a ligação que mantêm à empresa Boyden que, alegadamente, terá sido beneficiada por Castro de Almeida ter alterado as regras do concurso para a entidade que irá escolher o júri para atribuir financiamentos de fundos comunitários do Programa 2020.

“Muito bem poderá ter andado o senhor secretário de Estado se, com a sua decisão de pretender ter mais do que uma empresa a fazer a busca dos potenciais candidatos a tão importantes e influentes lugares, por acaso, mais não quis do que acautelar a impossibilidade de todos eles – directa ou indirectamente – poderem ter uma especial ligação a apenas um qualquer partido ou a apenas um qualquer grupo de influência que, eventualmente, por aí possa existir”, comenta.

O social-democrata sublinha que não é proprietário da empresa nem detém nela qualquer participação e recorda que  ”este concurso foi integralmente tratado pelo escritório de Lisboa”, não tendo o do Porto, onde trabalha, tido intervenção no processo.

Rio destaca ainda o facto de o valor do trabalho adjudicado – cerca de 60 mil euros – estar dentro do limite legal para as adjudicações directas do Estado, tendo querido, apesar disso, Castro Almeida abrir um concurso.

“O  trabalho em causa foi comprado por bem menos de 70 mil euros, pelo que poderia ter sido simplesmente adjudicado por ajuste directo, se a intenção fosse a de escolher só uma determinada empresa”, escreve Rio no Facebook.

“É por demais evidente que as notícias em causa têm um objectivo muito claro: denegrir, neste momento concreto, a minha pessoa do ponto de vista político e profissional”, conclui.

margarida.davim@sol.pt