BE diz que OE2015 “cheira, parece, tem sabor amargo… é mesmo austeridade”

O líder parlamentar do BE afirmou hoje que a proposta de orçamento do Estado para 2015 (OE2015) do Governo da maioria PSD/CDS-PP “cheira a austeridade, parece austeridade, tem sabor o amargo da austeridade, se calhar, é mesmo austeridade”.

BE diz que OE2015 “cheira, parece, tem sabor amargo… é mesmo austeridade”

"Não enganam os prenúncios e algumas páginas têm ainda o papel timbrado da ´troika'", continuou Pedro Filipe Soares, condenando "as maldades que o Governo faz desde 2011 e continuam em cima da mesa" – "medidas velhas em papel novo", referindo-se aos constantes cortes nos rendimentos e ao congelamento dos apoios sociais, no encerramento do debate na generalidade do OE2015, no Parlamento.

Segundo o parlamentar bloquista, o elenco governativo liderado por Passos Coelho e Paulo Portas "tem cortado e muito no Estado Social e aqueles e aquelas que precisam de cuidados de saúde e de educação sabem como este Governo é uma barreira e não uma porta aberta".

"Tem de ser parado. As suas políticas não são de viragem. Vem mais um anúncio da viragem sempre anunciada e nunca concretizada. O Governo fala de saída da crise, mas não fala com as pessoas. Pode falar é com os grandes grupos e empresários que vão pagar menos impostos em 2015, mas não fala com as famílias", disse.

Pedro Filipe Soares lamentou "a prioridade de tirar aos pobres quando os milionários aumentam aos 10 mil por ano e 25% das pessoas estão em privação material e 25% das crianças em risco de pobreza".

"Face à trapalhada da privatização da TAP, o Governo teve de recuar, mas diz agora que vai avançar novamente", discordou, defendendo ser errado "passar por tuta e meia" empresas estratégicas para mãos privadas, além das futuras "taxas verdes que vão apodrecer nos bolsos das pessoas".

O deputado do BE lamentou ainda o silêncio do executivo sobre a sua responsabilidade no processo de resolução do Banco Espírito Santo e as consequências do ocorrido nas contas públicas e economia portuguesa.

"É a insustentável leveza da dívida que leva o Governo a rejeitar qualquer renegociação, preferindo pagar mais juros do que aquilo que paga pela escola pública", completou, comparando a posição inicial do Governo, em 2011, quando afirmava que a dívida pública era "insustentável".

Lusa/SOL