Sócrates fez lóbi pelo grupo Lena

 A suspeita de tráfico de influências poderá juntar-se às de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais com que o juiz Carlos Alexandre justificou a prisão preventiva de José Sócrates. 

Sócrates fez lóbi pelo grupo Lena

Segundo apurou o SOL junto de fontes conhecedoras do processo, as autoridades judiciais crêem que o anterior primeiro-ministro esteja também envolvido na tentativa de tráfico de influências ao nível de poderes políticos estrangeiros, designadamente Venezuela e Angola. 

O beneficiário desta actividade seria o Grupo Lena, suspeito de ter pago ao ex-chefe do Governo vários milhões de euros que este terá depositado num banco suíço, usando como barriga de aluguer o seu amigo de longa data Carlos Santos Silva (também em prisão preventiva no âmbito da mesma operação). 

De acordo com os dados recolhidos, Sócrates terá sido interceptado há pouco mais de dois meses no âmbito da ‘Operação Marquês', a contactar o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, no sentido de obter benefícios para o referido grupo.

Ao que relataram as mesmas fontes ao SOL, no interrogatório conduzido pelo juiz Carlos Alexandre o ex-líder socialista terá começado por negar o envolvimento nestas diligências, mas, depois de confrontado com as provas, acabou por confirmar ter ido ao encontro com Manuel Vicente, embora apenas para falarem de assuntos triviais.

Por seu lado, o grupo Lena nega que Sócrates tenha intercedido, em Setembro deste ano, junto de autoridades angolanas para que a empresa ganhasse adjudicações de obras naquele país.

Questionada pelo SOL sobre encontros entre o ex-primeiro-ministro, representantes do Estado angolano e administradores do grupo, a comissão executiva da empresa garante que "é total, completa e rotundamente falso".

A mesma fonte assegura que o ex-primeiro-ministro nunca teve qualquer vínculo ou procuração do grupo Lena no sentido de angariar negócios para a empresa. 

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felicia.cabrita@sol.pt