Regresso a Luanda

Quando se sai de Lisboa com as temperaturas a rondarem os 10 graus é sempre um prazer aterrar numa cidade onde os termómetros se aproximam dos 30oC. E se há terra onde o calor se reflecte na animação nocturna, Luanda está seguramente nessa lista. Ao contrário do que se passa no início da jornada de…

No primeiro fim-de-semana em Luanda apenas fomos a um bar, já que o cansaço falou mais forte. Mas foi uma agradável surpresa, já que a Taberna Urbana, na Baixa da cidade, é um bar totalmente despretensioso, onde a decoração tem pormenores curiosos, nomeadamente, o armário de guardar os copos por baixo do balcão, e em que os angolanos casam bem com os expatriados. São sobretudos jovens licenciados que fazem trabalhos para consultoras aqueles que optam pela Taberna. Fogem ao 'comercialismo' da ilha e dão ares de serem da linha do Elinga, o bar-dançante que acolhe a fauna mais alternativa da sociedade luandense e dos próprios expatriados. No dia em que fomos à Taberna a noite era dedicada ao reggae, onda que não é bem a minha praia, mas acabei por nem dar por isso, tal era a descontracção. Nem mesmo quando a luz falhou alguém se importou com o facto.

Nos poucos dias que levo de Luanda constatei que no espaço de um ano abriram vários restaurantes, alguns dos quais começaram a todo o vapor e agora já estão a meio gás. Cada vez mais as pessoas procuram o que está na moda, seguindo rapidamente para outra paragem assim que abre a nova porta. No entanto, há clássicos que resistem a tudo, até às músicas do Quim Barreiros que passam no meio das kizombadas. Há, de facto, gostos para tudo…

vitor.rainho@sol.pt