Chineses no top dos vistos gold

Os cidadãos chineses lideram os investimentos em imobiliário em Portugal, ao abrigo do programa dos vistos ‘gold’ (criado por Paulo Portas quando estava à frente do Ministério dos Negócios Estrangeiros). Em Fevereiro, foram registadas 103 autorizações de residência, de acordo com dados da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).

Chineses no top dos vistos gold

Na lista dos dados acumulados deste programa, 1.777 chineses já compraram uma casa pelo valor mínimo de 500 mil euros desde 2012, sendo seguidos por 74 investidores brasileiros e 70 russos, lê-se no comunicado hoje divulgado pela APEMIP.

 

Recorde-se que ainda há duas semanas, numa conferência perante a comunidade chinesa residente em Portugal e que celebrava a chegada do novo ano chinês, o secretário-geral do PS destacava precisamente o investimento destes cidadãos em Portugal e reconhecia que “numa ocasião difícil… os investidores chineses disseram ‘presente’, vieram, e deram um grande contributo para que Portugal pudesse estar na situação em que está hoje, bastante diferente daquela em que estava há quatro anos”. E acrescentou: “Foi uma ajuda muito importante para que o país possa ter reencontrar um caminho de estabilidade e confiança no seu futuro”.

 

Dos 2.203 vistos atribuídos desde 2012, 2.088 estão associados à aquisição de casas, 113 à transferência de capitais e três por criação de pelo menos 10 postos de trabalho.

 

Citado no comunicado, o presidente da associação, Luís Lima, reconheceu o impacto da investigação judicial à atribuição das autorizações de residência, mas notou que a questão não teve “dimensões dramáticas”, considerando “natural que tenha havido uma retração, na medida em que o impacto mediático deste escândalo foi brutal”.

 

Desde a sua criação, os vistos ‘gold’ registaram 1,3 mil milhões de euros de investimento, com a aquisição de bens imóveis a ultrapassar os 1,2 mil milhões de euros.

 

O programa de atribuição de vistos prevê a emissão de autorizações de residência para estrangeiros, oriundos de fora do espaço Schengen, com investimentos em Portugal por um período mínimo de cinco anos.

 

A Assembleia da República deverá aprovar, por proposta do Governo, o alargamento do programa a investimentos à reabilitação urbana, atividades de investigação ou apoio à produção artística e cultural e a majoração dos projetos realizados em territórios de baixa densidade.

sofia.rainho@sol.pt