António Costa pede maioria absoluta

António Costa foi hoje mais claro nos adjectivos e falou numa maioria absoluta. “Para não haver variantes para qualquer adjectivo, o PS quer uma  maioria clara, inequívoca, maioritária, uma maioria absoluta é o que o PS precisa para ter estabilidade, paz e um novo rumo para a governação. É isso que o país precisa”, assumiu…

Em terra de pescadores, nas Caxinas, o líder do PS foi recebido com entusiasmo. "Até os comemos!", grita um apoiante desdentado.

Costa subiu ao palanque para apelar ao voto de "cada um". "É preciso ir votar, a decisão é vossa", defendeu. Mas foi em resposta aos jornalistas, no final da arruada, que acabou por carregar no adjectivo e falar na maioria absoluta.

O Expresso avança este sábado que o líder do PS não viabilizará um governo minoritário da coligação, mas sobre esse cenário Costa preferiu não responder.

Seguro e as clementinas

Depois de uma semana com pouca rua, o dia de sábado está a ser preenchido de arruadas e comícios ao ar livre.

Por entre malas, fatos de treino e bugigangas várias, Costa ia avançando como podia pela feira da Trofa, rodeado de jornalistas e apoiantes numa onda de tropeções e empurrões.

“Deixasse estar lá o Seguro que fazia melhor figura!”, diz uma feirante. Costa ouve e segue passo, quase sem pestanejar.

Por entre o caos que o rodeia, o líder do PS tem dificuldade em chegar às pessoas que passam e aos feirantes para os cumprimentar. “Tem que tirar aos ricos para dar aos pobres!”, pede uma idosa de dedo em riste. “Vamos ver se vamos para melhor”, diz uma senhora. “Para pior não é possível”, responde Costa.

Quem também não passa despercebida é a campeã olímpica Rosa Mota, que acompanhou Costa durante a manhã. “Até a Rosa Mota lá está”, diz um homem para a mulher.

Numa banca de t-shirts fluorescentes, uma feirante lamenta: “É só escolher, está aqui tudo e não se vende.” Para em seguida atacar: “É tudo igual! Ninguém vai fazer milagres. Só tiram!”

A feira da Trofa também tem um mercado onde Costa pousou para a foto de clementinas na mão, após o chamamento dos fotógrafos que seguem a caravana socialista. Ao lado havia laranjas, mas o secretário-geral do PS não fez menção de lhes pegar. “Não, não são laranjas”, disse.

Depois de Trofa e Caxinas seguiu-se Ermesinde onde o líder do PS disse a Passos para se deixar de “pieguices”. “Ele que não venha com pieguices porque ninguém aguenta mais e dia 4 vai ter a resposta que merece”, garantiu.

Ermesinde foi a freguesia onde Costa foi recebido com insultos o ano passado, numa Comissão Nacional do partido. Hoje a recepção teve direito a bombos e dois cabeçudos. E uma regueifa. “Uma recordação deliciosa”, considerou Costa. ​

Já em Gondormar Costa foi recebido com confettis. "Como dizíamos em 75, se isto não é o povo onde é que está o povo?", perguntou o líder do PS. "Costa, amigo, o povo está contigo", responderam os apoiantes.

sonia.cerdeira@sol.pt