Marcelo ‘perplexo’ com reação do PS

Comentando a sondagem da TVI que indica a vitória da coligação e no limite com maioria absoluta, e ainda a reação oficial do PS, Marcelo Rebelo de Sousa diz que se perspetivam dois cenários de Governo. “Se a coligação tiver maioria absoluta ou se ficar a quatro ou cinco deputados dessa maioria absoluta (como aconteceu…

Marcelo ‘perplexo’ com reação do PS

Marcelo salientou que a reação oficial do PS, por Duarte Cordeiro, foi precisamente nesta linha e “muito sintomática”: “Faz a leitura de que há uma maioria desfavorável à coligação, logo o PS formaria governo, com António Costa a resistir e entender ter condições para ser primeiro-ministro – o que eu admito ser uma perplexidade para muitos portugueses atendendo aos precedentes da vida democrática portuguesa. Mas vamos esperar para ver o equilíbrio final de forças ao longo desta noite. Possível é, mas seria uma perplexidade”.

Vieira da Silva: ‘Isto é um mau resultado para o PS’

Na cobertura da noite eleitoral que a TVI está a efetuar, conta ainda em estúdio com os comentários de Vieira da Silva, Miguel Relvas, João Oliveira e Fernando Rosas.

O antigo ministro socialista foi perentório: “Isto é um mau resultado para o PS, muito longe do que era esperado – e não há nenhuma discussão que possa pôr isso em causa”, sfirmou, sobre a vitória da coligação de direita prevista pelas projeções das sondagens.

Vieira da Silva escusou-se a responder se António Costa deve demitir-se ou não, dizendo que “são situações e eleições diferentes” e reiterando que o que vier a acontecer em termos de solução governativa depende dos resultados finais, ou seja, se a coligação ficar mais longe da maioria absoluta ou não. “Agora, será será sempre uma maioria relativa, a política em Portugal vai ser diferente, porque esta coligação que iria ter uma maioria de deputados afinal vai ter uma maioria relativa”, salientou.

Miguel Relvas avisa: ‘Ali há gato’

“É uma maioria clara, sem qualquier duvida e a coligação tem toda a legitimidade para governar”, salientou, por seu turno, Miguel Relvas, antigo dirigente do PSD e ministro adjunto de Passos Coelho.

Sobre a reação oficial do PS e o cenário de, apesar da derrota, este vir a liderar um governo de maioria de esquerda, comentou: “Ali há gato naquela declaração de Duarte Cordeiro. Agora, acho que não podemos complicar o que não deve ser complicado e o PS deve assumir as suas responsabilidades, assumir a derrota e tirar as devidas consequências”.

Pires de Lima: ‘Isso seria uma obscenidade política e Costa é uma pessoa decente’

“Seria muito mau que o PS achasse que depois de uma derrota pode liderar uma qualquer solução de governo; seria impensável que não tirasse consequências”, comentou António Pires de Lima. Mas o ministro da Economia não tem dúvidas: “António costa é uma pessoa lúcida, uma pessoa decente. Não tenho dúvidas de que entre hoje e amanhã surgirá essa demissão”.

Para o centrista, a vantagem da coligação “é de tal forma significativa que estaríamos a laborar numa obscenidade politca, fazendo do derrotado um vencedor”, não percebendo como se pode “sequer cogitar numa solução de governo liderada pelo PS”.

João Oliveira: foi uma ‘derrota da coligação’

Quem vê nas projeções das sondagens uma derrota da coligação e não uma vitória é João Oliveira, eurodeputado do PCP. “A coligação teve há quatro anos mais de 50% dos votos. A confirmar-se esta sondagem, dá um trambolhão mais de 10%. E isto é uma derrota, olhe-se para isto de que maneira se olhar. O que a maioria dos portugueses fizeram foi dizer nas urnas que não querem estes partidos no governo”, salientou. E sem dizer uma palavra sobre o resultado da CDU, atirou mais uma vez aos socialistas: “Se o Presidente da República os convidar a formar governo, só há uma maneira de estes partidos (PSD/CDS) formarem maioria: é o PS dar-lhes a mão. A CDU votará contra”.

Fernando Rosas: ‘O Bloco é o grande vencedor’

Para Fernando Rosas, do BE, as projeções indicam que é “indiscutível que  a coligação perde 500 a 600 mil votos e a  constatação de que há uma maioria que se opõe à política dos partidos do Governo”. E que, além disso, “que o PS perde e que o Bloco é o grande vencedor destas eleições”.

paula.azevedo@sol.pt