Os doze portugueses para quem Marcelo falou

Marcelo Rebelo de Sousa quis deixar uma nota de proximidade no seu discurso de tomada de posse. O novo Presidente garantiu que o seu mandato será feito a pensar nas “pessoas de carne e osso” e até elencou aqueles que estarão no topo da sua lista de preocupações.

Politicamente, Rebelo de Sousa diz que "não é a favor nem contra ninguém", mas assumiu que será "socialmente a favor" de alguns portugueses para quem falou diretamente na sua tomada de posse como quinto Presidente da República eleito democraticamente depois do 25 de Abril.

"O jovem que quer exercitar as suas qualificações e, debalde, procura emprego" foi o primeiro a ser identificado pelo Presidente. Marcelo já tinha trazido o tema para a campanha presidencial e voltou a mostrar a sua preocupação com os jovens que não conseguem emprego qualificado e têm de emigrar.

A "mulher que espera ver mais reconhecido o seu papel num mundo ainda tão desigual" foi a segunda das referências de um Presidente que tomou posse um dia depois do Dia Internacional da Mulher.

Marcelo prometeu também bater-se pelo "pensionista ou reformado que sonhou há 30 ou 40 anos com um 25 de Abril que não corresponde ao seu atual horizonte de vida".

Depois de ter escolhido para mandatária da sua candidatura a jovem investigadora Maria Pereira, Rebelo de Sousa teve uma palavra para o "cientista à procura de incentivos sempre adiados".

Logo a seguir, o Presidente falou para o agricultor, o comerciante, o industrial que dia a dia "sobrevivem ao mundo de obstáculos que os rodeiam".

A oitava e a nona referências foram para "o trabalhador por conta de outrem ou independente, que paga os impostos que vão sustentando muito dos sistemas que legitimamente protegem os que mais sofrem no nosso Estado Social".

O Presidente falou também para quem inova e tem "o novo e ousado talento que vai mudando a nossa sociedade e a nossa economia".

E para os que trabalham nas IPSS e Misericórdias e em todas as instituições, que cuidam "de quem ninguém mais pode cuidar melhor".

A última palavra foi para os portugueses que vivem mais longe dos centros de poder, seja nas ilhas, "às vezes esquecidas", e nas "comunidades que povoam o mundo".

"De todos estes e muitos mais. O Presidente da República é o Presidente de todos", assegurou Marcelo naquele que será o primeiro do resto da sua vida em Belém.