Marcelo Rebelo de Sousa

Continua imparável, dia após dia. E fez do aniversário do 25 de Abril uma celebração à sua imagem e semelhança, ofuscando todos os outros intervenientes. Chegou a ser brilhante a parte inicial do seu discurso sobre o enquadramento político e social da revolução de 1974. Enviou as mensagens certas, aos capitães de Abril e aos consensos partidários que se tornarão indispensáveis a prazo. Não se esqueceu de homenagear Salgueiro Maia ou o talento literário de Manuel Alegre. E sublinhou a supremacia da legitimidade e duração do poder presidencial, num aviso dirigido tanto  a António Costa como a Passos Coelho. Só exagerou na visão simplista dos ‘dois caminhos bem distintos’ para a governação do país, redutora quanto a alternativas e complacente quanto à unidade de princípios entre PS e PCP e BE. Fora isso, foi a estrela do dia.

António Costa

A agência de rating canadiana DBRS anunciou na sexta-feira a manutenção do nível de Portugal. Já se esperava, mas era uma classificação crucial para o país continuar a beneficiar dos empréstimos e das compras de dívida do BCE. É uma boa notícia e menos uma preocupação de fundo para o chefe do Governo. Que teve ainda o bónus de ver os seus apoiantes do BE e do PCP votarem a favor na AR, contrariados mas obedientes, de um Programa de Estabilidade que é a transposição direta do Tratado Orçamental europeu para a política portuguesa. Catarina e Jerónimo não param de engolir sapos à conta do PS e do seu líder.

Sombra:

André Silva

Não lembra ao careca, como se diz na gíria, invocar o exemplo do Butão para celebrar o 25 de Abril. O Butão é uma espécie de democracia medieval, que reduz direitos e fecha as portas do país a estrangeiros. E que, para fazer esquecer a vaga de refugiados que fugiram para o Nepal, elaborou um ridículo e autopromotor ‘índice de felicidade’. Com exemplos destes, o PAN não vai longe.

Ferro Rodrigues

Se, a 9 de março, tinha feito um belo discurso na posse do novo PR, agora, no 25 de Abril, fez uma intervenção cheia de partidarite, com uma visão tosca e tipo bloquista da Europa, com maus fígados em relação à Justiça e à comunicação social, sempre a apelar ao radicalismo. Não estava nos seus dias.