Aprenda a poupar para reduzir a fatura no regresso às aulas

As famílias portuguesas estão a pensar gastar 528 euros neste arranque lectivo 

Mais contas para pagar. É desta forma que a maioria das famílias portuguesas vê o início de mais um ano letivo, mas ao contrário dos últimos anos, pensam gastar 455 euros neste arranque, o valor mais baixo dos últimos anos. Menos 73 euros em relação a 2015 e menos 54 euros em relação a 2014. A conclusão é de um estudo realizado pela Cetelem e revela ainda que 50% dos pais iniciam as compras duas semanas antes do início das aulas. Mas há 25% das famílias que compram com 25% com um mês de antecedência e só 10% compra quando as aulas já começaram.

A maioria dos inquiridos (28%) pensa despender entre 250 e 500 euros para preparar o início do ano letivo, 16% estimam gastar até 250 euros e outros 17% pensam ficar entre os 500 e os 750 euros. De notar que, comparativamente com o ano passado, a percentagem de famílias a gastar menos de 250 euros aumentou. Há ainda 8% dos inquiridos a pensar gastar mais de 750 euros com a preparação do regresso às aulas. Nestes gastos incluem-se vestuário, mensalidade escolar, material e outros itens necessários. O vestuário/calçado (78%), artigos de desporto (55%) e despesas de educação (46%) lideram as intenções de compra para o regresso às aulas.

A maioria das famílias prefere comprar o material escolar num momento único (59%). Já os estudantes adultos compram mais ao longo do ano. Os livros escolares são adquiridos num momento diferente do restante material por 54% dos consumidores. 

A par destas despesas, os pais estão a pensar disponibilizar 20 euros semanais para os filhos gastarem em alimentação, papelaria e outros gastos escolares, o mesmo valor apresentado no ano passado, mas que representa uma subida em relação a 2014 quando se fixava nos 17 euros.

Já o número de famílias com filhos a estudar no ensino público aumentou ligeiramente em 2016 (87% face aos 85% registados em 2015). Destes, praticamente a totalidade pretende manter os seus filhos no mesmo tipo de ensino no futuro. Paralelamente, 13% das famílias com filhos em idade escolar optam pelo ensino privado.

Hipermercados 
As grandes superfícies continuam a ser os espaços eleitos pelos consumidores para fazer compras. Cerca de 80% pretende fazê-las nas papelarias, 65% nos hipermercados, mas há quem prefira comprar pela internet (22%). 

A verdade é que recorrer à reutilização de material e de livros escolares, e não comprar tudo o que os filhos pedem, são alguns dos truques utilizados cada vez mais pelos consumidores para fazerem face a estes gastos, que vêm penalizar ainda mais o já de si asfixiado orçamento familiar. “Tento não deixar tudo para a última hora, aproveitar ao máximo o material do ano letivo anterior que ainda está bom e, acima de tudo, comprar ao gosto dos meus filhos, mas sem recorrer a modas, porque geralmente esse material é bem mais caro”, revela à i Cristina Ribeiro. 

Este não é um caso isolado e a maioria dos portugueses está mais contida na hora de comprar. Aproveitar as promoções dos hipermercados, das livrarias ou até mesmo das editoras é outra forma encontrada pelos pais para conseguirem comprar tudo a preços mais acessíveis. 

Recorrer aos sites na internet das editoras e dos livros pode fazer toda a diferença no momento de pagar. Estes livros são exatamente iguais aos que poderia comprar numa loja física, mas as cadeias oferecem uma percentagem de desconto pela encomenda online, bem como outras condições favoráveis, nomeadamente portes gratuitos ou vales de desconto para compras futuras. A escolha é variada: a Wook, a Porto Editora, o Continente (descontos em cartão tanto nos manuais como no material escolar), a Leya e a Bertrad oferecem descontos nas compras feitas online e as “promoções” poderão ser ainda maiores em determinados materiais, como dicionários, livros de preparação para os testes, etc. Mas os preços reduzidos não se ficam por aqui. Os hipermercados também estão a fazer promoções ao material escolar nas suas páginas da internet.
 
Recorrer ao crédito 
Esta é uma das formas encontradas pelas famílias portuguesas para fazerem face a estes gastos habituais no início de cada ano letivo. Aliás, de acordo com o estudo da Cetelem, face ao ano passado há mais consumidores a admitirem pagar as despesas do regresso às aulas recorrendo ao crédito. Em 2014, 24% dos inquiridos ponderava utilizar o cartão de crédito como forma de pagamento, percentagem que ascendeu agora aos 27%. Já o montante a utilizar diminuiu ligeiramente, tendo passado dos 267 para os 236 euros. Por outro lado, e tal como aconteceu em anos anteriores, há muitas famílias a optarem por usar os cartões de fidelidade para fazer compras, com mais de metade dos pais a admitirem que o vão fazer. 

No entanto, essa escolha de recorrer ao crédito implica juros, tornando o material mais caro do que realmente é. Apesar de os créditos rápidos prometerem como vantagens a celeridade, a comodidade e a menor burocracia, implicam sempre juros mais elevados, o que pode vir a complicar ainda mais a situação financeira da família. Mas para aqueles que não têm outra alternativa e estão a pensar em pedir um financiamento a curto prazo, a utilização do cartão de crédito ou o saldo a descoberto da conta-ordenado podem ser as melhores soluções. 

O que é certo é que ainda há pais que conseguiram poupar para a educação dos seus filhos (30%), o que representa uma ligeira subida em relação a 2015 (29%). Regista-se também uma maior percentagem de famílias (14%) a pretender constituir uma poupança para a educação, embora a maioria (47%) afirme não ter nem tencionar criar qualquer tipo de poupança para esta finalidade.

Por outro lado, e tal como aconteceu em anos anteriores, há muitas famílias a optarem por usar os cartões de fidelidade para fazer compras, com mais de metade dos pais (58%) a admitirem que o vão fazer.