“Governo tem sorte de não ter oposição”, diz Marques Mendes

Para o comentador, “já não há paciência” para a questão do banco público

“Governo tem sorte de não ter oposição”, diz Marques Mendes

Para Marques Mendes, a situação dos administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) já se arrasta há demasiado tempo. “Ou apresentam declaração [de rendimentos] ou desamparam a loja. Já não há paciência”, afirmou o social-democrata no seu habitual comentário na SIC Notícias.

O ex-líder do PSD considera que o Governo está “paralisado” e está a tentar “passar entre os pingos da chuva” nesta questão do banco público, identificando mesmo dois Governos dentro do mesmo: o Governo de Costa e o Governo de Centeno, uma vez que ambos demonstram ter posições diferentes quanto a esta situação.

Marques Mendes também não poupou críticas ao PSD. “O Governo tem sorte de não ter oposição”, afirmou o comentador. Sublinha ainda que se esta situação se verificasse durante um Executivo de Passos Coelho ou de Santana Lopes, já “teriam pedido para dissolver o Parlamento”. “Nunca vi uma oposição assim, ninguém pergunta nada a Mário Centeno”, acrescenta ainda.

Para o comentador, o ministro das Finanças sai “fragilizado politicamente” com a situação da Caixa, mas não acha que Centeno esteja de saída do Governo, ainda que apenas por uma questão: porque seria muito difícil para o primeiro-ministro “com um governo com estas características” arranjar um novo ministro das Finanças.

Pré-candidatura de Rio “deve ser levada a sério”

Marques Mendes considerou ainda a recente entrevista de Rui Rio ao Diário de Notícias um “anúncio de uma pré-candidatura”. Apesar de Rio ser conhecido pelos seus “avanços e recuos”, o comentador afirma que este “deve ser levado a sério”.

Estas declarações do antigo presidente da Câmara Municipal do Porto, segundo Mendes, surgem numa altura em que há um "descontentamento dentro do PSD". Ainda assim, tudo irá depender não só dos resultados das autárquicas – se o PSD vencer ou ganhar as principais câmaras municipais, Rio não avança – como das sondagens daqui a cerca de um ano – se Passos apresentar melhores hipóteses de vencer Costa, os militantes irão escolher o atual presidente do PSD e Rio não avança.