Universidades privadas perderam 30 mil alunos em cinco anos letivos

Há 20 anos, o ensino superior privado tinha o dobro dos alunos

As universidades e politécnicos privados perderam cerca de 30 mil alunos em cinco anos letivos. No último ano letivo (2015/16) eram 58.515 os alunos a frequentar uma instituição de ensino superior privada, menos 29.775 alunos em relação ao universo de estudantes que em 2010/11 frequentavam o ensino superior privado.

Apesar do ligeiro aumento do número de estudantes que se registou entre 2014/15 e 2015/16 nas privadas (1.216) os dados mais recentes do Ministério da Ciência e Ensino Superior revelam uma hecatombe face ao que era a realidade destas instituições há 20 anos.

Em 1995/96 havia 114.641 estudantes a frequentar universidades e politécnicos privados. Mais 56.126 que no ano letivo passado. A tendência de perda de estudantes no privado dura há uma década mas agravou-se nos últimos anos com a crise. A fuga de alunos implicou um cenário de dificuldades acrescidas para as universidades privadas. De acordo com os reitores, houve uma redução de cerca de 20% nas receitas em propinas para as instituições.

A primeira consequência visível foi a redução do número de professores. Em quatro anos letivos as universidades e politécnicos privados reduziram em 1.616 o número de professores em tempo integral (a tempo inteiro). De acordo com os dados estatísticos do Ministério da Ciência e do Ensino Superior, em 2012/13 havia 6.300 docentes a tempo integral e em 2015/16 este número não ultrapassava os 4.865.

Também entre os professores convidados houve uma redução média de 10%. Mas a diminuição do pessoal docente não chegou. Em algumas instituições, o corte salarial foi incontornável.As universidades e politécnicos privados perderam cerca de 30 mil alunos em cinco anos letivos.