Governo vai voltar a reunir concertação social

Depois de travado o diploma que previa um desconto na Taxa Social Única (TSU) para os patrões como contrapartida para o aumento do salário mínimo nacional, o Governo não desiste de encontrar formas de apoiar as empresas.

"O Governo irá avaliar a situação e novamente falar com os parceiros", anunciou o ministro Vieira da Silva à saída do debate que terminou com o chumbo da TSU.

Vieira da Silva não se quis alongar sobre as medidas que poderão estar em cima da mesa, limitando-se a afirmar que "no momento certo serão conhecidas as alternativas que daí resultarem".

De resto, António Costa convocou uma reunião com os parceiros sociais no seu gabinete para esta tarde às 18h30. O encontro é à margem da concertação social, mas é uma conversa inicial para encontrar as bases para um entendimento.

Antes, já Carlos César tinha deixado em cima da mesa a hipótese de um novo acordo de concertação social.

À esquerda, BE, PCP e PEV já mostraram disponibilidade para encontrar formas de apoiar as micro, pequenas e médias empresas, desde que não sejam vistas como uma moeda de troca pelo aumento do salário mínimo nacional.

Em cima da mesa estão ideias como a extinção ou redução do pagamento especial por conta, medidas que ajudem a baixar a fatura energética ou linhas especiais de crédito às empresas. Tudo medidas que contam com o apoio de todos os partidos à esquerda.

Também os patrões, pela voz de António Saraiva da CIP, já mostraram abertura para este tipo de medidas.

Para os patrões o importante é que as medidas alternativas tenham um impacto financeiro que ronde os 40 milhões de euros que valeria o desconto na TSU. 

Essa tem sido a principal dificuldade do Governo: conciliar esse objetivo financeiro de apoio com as medidas que a esquerda aceita e que quer garantir que apoiam essencialmente as micro, pequenas e médias empresas e não são um estímulo aos baixos salários.