Imigração. Passismo responde a Feliciano Barreiras Duarte

Carlos Abreu Amorim diz que possível “deriva xenófoba no discurso de Passos” é uma “ideia abstrusa”

Imigração. Passismo responde a Feliciano Barreiras Duarte

Feliciano Barreiras Duarte não teve um fim de semana tranquilo – ou melhor: não deu um fim de semana tranquilo ao seu partido. O homem que foi secretário de Estado dos últimos três governos do PSD assinou um artigo no semanário “SOL” sobre “a indignação dos moderados” no PSD, afirmando que “os sonhos do centro e dos moderados” e a sua agenda política “nunca fizeram tanta falta à Europa e a países como Portugal”.

No mesmo sábado, em entrevista ao “Expresso”, reagiu às declarações de Pedro Passos Coelho na rentrée política anual do PSD, na Festa do Pontal. Passos perguntou “o que é que vai acontecer ao país seguro que temos se esta nova forma de ver a possibilidade de qualquer um residir em Portugal se mantiver?”, e Feliciano, que já foi seu chefe de gabinete, afirmou que “se o PSD, para ganhar eleições, tiver de fazer eleitoralismo com a imigração, é sinal de fraqueza”, e que, “pelo que se percebe”, o PSD também tem “racistas e xenófobos”.

O “passismo”, claro, não podia deixar de reagir a esta presença mediática de Barreiras Duarte. Carlos Abreu Amorim, vice–presidente do grupo parlamentar do PSD, atentou que “alguma imprensa continua a martelar a ideia abstrusa de uma deriva xenófoba no discurso de Passos Coelho no Pontal”, considerando tratar-se de “uma manobra de spin político destinada a desviar as atenções da calamidade de erros, descoordenações e incompetências incessantes que este governo causou na Proteção Civil”.

“Nas alterações ao regime da imigração que a geringonça agora obrou é preciso separar a proposta do governo de transposição de diretivas europeias (em que o PSD se absteve) dos projetos do Bloco de Esquerda e do PCP”, esclareceu Abreu Amorim.

“Um partido moderado e de matriz democrática europeia como o PSD não pode aceitar que estrangeiros que foram sentenciados por crimes violentos, como violação e homicídio, deixem de poder ser expulsos do território nacional”, sustentou o deputado, que recusa que “nem os condenados por crime de terrorismo” possam ser expulsos do país.

Barreiras Duarte assinou o artigo no semanário “SOL” com uma imagem que integrava Pedro Duarte, Paulo Rangel, Nuno Morais Sarmento e Rui Rio – todos distantes de Passos Coelho e todos seus potenciais sucessores na liderança do PSD.