Caixa. Número de pessoas a sair até ao final do ano já foi atingido

Os cerca de 550 trabalhadores já saíram através de reformas e reformas antecipadas. Mas o número poderá engordar com as saídas voluntárias

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) já alcançou o número de trabalhadores que terão de sair do banco público até ao final do ano. Ao todo rondarão os 550 e essa meta foi alcançada através de reformas e reformas antecipadas. Um número que foi exigido pelo plano de recapitalização e que prevê a saída de 2200 trabalhadores até 2020. A garantia foi dada ao i pelo presidente do sindicato dos trabalhadores da CGD, João Lopes. “Temos a informação que através de reformas naturais, por doença e reformas antecipadas, o banco chegou à meta prevista”, refere.

Ao atingir este número, o banco público fica com algum alívio no que diz respeito às saídas voluntárias, programa que terminou ontem. Ao que o i apurou, este programa de rescisões teve a adesão de mais de 200 trabalhadores, mas apenas 15 funcionários chegaram a acordo para terminar o vínculo com a Caixa. Ainda assim, isso não significa que a entidade liderada por Paulo Macedo aceite todas as candidaturas, como também pode haver desistência por parte dos trabalhadores que mostraram esse interesse. 

 No entanto, João Lopes reconhece que, apesar do número exigido de saídas já ter sido atingido, isso “não significa que o banco não aproveite o programa de rescisões amigáveis para reduzir o número de trabalhadores de forma a estar mais confortável nos próximos anos e atingir, no final, os 2200 exigidos”.

Segundo o responsável sindical, a maioria das pessoas que aderiram a este programa descontam para a Segurança Social – e não para a Caixa Geral de Aposentações – e estão há menos tempo no banco, ou seja, terão entrado a partir de 2006. “Mas os trabalhadores que mostraram essa disponibilidade poderão não sair. Ainda vão ter duas reuniões e, nessa altura, podem mudar de ideias ou o banco pode não querer dispensar esses trabalhadores”, salienta ao i. 

Recorde-se que os trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que pretendiam aderir ao programa de rescisões amigáveis do banco público terão direito a uma indemnização que varia entre 1,6 – para quem desconte para a Segurança Social – e 2,1 – para quem desconte para a Caixa Geral de Aposentações – meses de salário por cada ano de trabalho, num limite máximo de cinco anos. 

Os valores podem ser inferiores no caso de os trabalhadores pretenderem manter alguns benefícios. É o caso, por exemplo, da manutenção do serviço médico SAMS e dos serviços sociais, ou de quem pretenda manter o crédito pessoal contratado. Além disso, a quem pretender sair da Caixa está garantida a manutenção das condições do crédito à habitação e ainda um apoio transitório ao agregado familiar que passa por subsídio infantil e de estudo. 

João Lopes lembra, no entanto, que agora vai arrancar a segunda fase do programa. Ou seja, será o banco público a contactar os trabalhadores que irá querer dispensar. Isto significa que, no entender do responsável, só no final do ano é que ficará a saber-se qual o número exato de trabalhadores que vão sair da Caixa.