Rui Rio quer PSD ao centro, mas sem Bloco Central

Rui Rio apresentou a candidatura à liderança social-democrata e anunciou um novo rumo para o partido contra a “coligação que periclitantemente nos governa”

"Hoje estou disponível para estar com os dois pés no PSD e no país". Rui Rio anunciou hoje oficialmente a candidatura à liderança do PSD defendendo que o partido "tem de seguir um rovo rumo" e que "o PSD é um partido de poder, não é a muleta do poder".

"O PPD de Sá Carneiro e de Francisco Pinto Balsemão é um partido de centro que vai do centro-direita ao centro-esquerda", disse Rui Rio, pondo de lado a ideia de muitos de que o PSD é uma força política de direita. O candidato à liderança reforçou o argumento: "O PSD não é um partido de direita".

Para a "coligação parlamentar" que defende o atual governo, Rio disse que "jamais será capaz" de conduzir Portugal pelos mares de tempestade, numa comparação à epopeia dos Descobrimentos, em que o país cruzou os mares com sucesso. Daí que, no fim do discurso chegasse a ameaça: "Este é o princípio do fim desta coligação parlamentar que hoje periclitamente nos governa".

Consciente que o PSD se encontra numa situação difícil, Rio instigou os militantes sociais-democratas, "podemos estar enganados mas não podemos estar inativos". A situação do país e do partido "não permite que baixemos os braços", acrescentou.

Rio considera que os partidos pederam credibilidade junto da população, daí que, "se há coisa que hoje a política precisa, é de um banho de ética". O discurso apostou na restauração da confiança e na abertura do partido à população, sem "rupturas geracionais", pois "todos somos importantes". "Como sempre pensei, disse e fiz, eu jamais defraudaria as esperanças que depositarm em mim."

Pedro Passos Coelho não foi esquecido no discurso. "Comigo na presidência, o PSD não esquecerá Pedro Passos Coelho", para quem teve "uma palavra de respeito e gratidão" pelo serviço ao partido e ao país.

Rui Rio aproveitou ainda para lançar uma provocação a António Costa por ter utilizado a Câmara Municipal de Lisboa como uma forma de subir dentro do Partido Socialista. Considerando esse método "feio, muito feio", o candidato à liderança do PSD diz que sempre se recusou a "utilizar o Porto" como "trampolim para objetivos pessoais".