Pela primeira vez em 12 anos, os palestinianos vão regressar às urnas

As eleições para reunificar a administração de Gaza e Cisjordânia devem realizar-se até ao fim de 2018.

Os 13 partidos palestinianos concordaram esta quinta-feira no Cairo em realizar eleições até ao final do próximo ano. A confirmar-se – e há muito no momento de apaziguamento que pode correr mal – será a primeira vez em 12 anos que a comunidade palestiniana elegerá os seus representantes políticos para os territórios ocupados.

O encontro entre os partidos decorreu no Cairo e acontece porque Hamas e Fatah, de costas voltadas e praticamente em guerra civil desde 2005, chegaram a acordo em outubro no sentido de reunificar as administrações dos territórios palestinianos. Desde o corte entre os dois grandes partidos que a Faixa de Gaza e Cisjordânia são governados em separado.

O acordo entregava à Fatah o controlo temporário da Faixa de Gaza até se realizarem novas eleições. Em troca, a Autoridade Palestiniana acabaria com as sanções ao governo dos islamistas do Hamas e restituiria, por exemplo, o emprego a milhares de pessoas na Faixa, assim como os subsídios para a compra de eletricidade.

O entendimento, porém, começa a resvalar em alguns aspetos. O Hamas recusou-se no início do mês a entregar as operações de segurança na Faixa de Gaza à Fatah, tal como fora negociado. Por sua vez, a Autoridade Palestiniana de Mahmoud Abbas, que governa a Cisjordânia e detém o grande capital político entre os dois, recusou-se a eliminar as sanções contra o enclave palestiniano.

As negociações entre os dois grupos prosseguem e ambos tentam formar um governo de unidade que aguente até às eleições do próximo ano. Espera-se por estes dias a chegada de entre oito a nove mil agentes da Cisjordânia à Faixa de Gaza para se juntarem aos elementos armados do Hamas e jutnos realizarem operações de segurança e controlo de fronteira.