Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto querem passe único

Marcelo discursou na sessão de abertura da 1.ª Cimeira das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto.

As Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto querem um passe único para os seus habitantes poderem circular mais livremente nos transportes públicos e promover uma circulação mais ecológica. A ideia será apresentada na Cimeira. Em Lisboa, abrangeria 18 concelhos e, no Porto, 17. 

"Precisamos de encontrar nas áreas metropolitanas fatores de coesão, que passam fundamentalmente pelos transportes", defendeu Eduardo Vítor Rodrigues, presidente do Conselho Metropolitano do Porto, à rádio TSF. 

Marcelo defendeu a descentralização

Numa intervenção de cerca de 20 minutos, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, na sessão de abertura da 1ª Cimeira das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, uma descentralização "que não só seja consensual como seja irreversível". 

"O passo que for dado tem de ser irreversível. Não pode depois depender de vicissitudes conjunturais, dos governos que mudam, da situação económico-financeira", alertou. "Parece-me pacífico haver, neste momento, a convergência, o entendimento, a aproximação, a disponibilidade da parte de todos para um passo tão importante", complementou. 

Marcelo tem defendido uma aproximação entre os partidos, principalmente PSD e PS, para os chamados pactos de regime, onde se inclui a descentralização. Agora, parece estender esse pacto aos autarcas de Lisboa e Porto, Fernando Medina e Rui Moreira, respetivamente. "Quanto a matérias essenciais de regime como estas, é bom que se vá o mais longe possível em matéria de entendimento e de decisão", afirmou o presidente. 

Uma convergência que, para Marcelo, se deve estender também ao próximo quadro financeiro da União Europeia por ir "largamente determinar o investimento público até quase ao fim da década". "Por uma vez, alarguemos o nosso horizonte. Esqueçamos a discussão dos votos e percebamos que, sejam quais forem os governos nacionais ou locais saídos das eleições de 2019, 2021, 2023, 2025 e 2027 – vejam quantas são, só para falar em legislativas e autárquicas -, todos ganham com perspectivas mais vastas e partilhadas, e todos perdem com a sua ausência", reiterou.