Jerónimo admite que próximo orçamento pode ser “um problema”

“Temos um problema se estes traços de política de direita se acentuarem”, afirmou o secretário-geral do PCP, numa entrevista à RTP.

Jerónimo de Sousa garantiu que o PCP não vai "votar o Orçamento do Estado [para 2019] de cruz” e admitiu mesmo que pode existir "um problema" se "estes traços de política de direita se acentuarem".

"Se for um orçamento de retrocesso, um orçamento onde as imposições externas, onde estes traços de política de direita se acentuarem, temos um problema", afirmou o secretário-geral do PCP, numa entrevista à RTP. "Não se peça ao PCP para dizer que isso não é um problema", acrescentou. 

Jerónimo avisou que o governo não pode pedir "impossíveis" aos comunistas, mas também garantiu que não deixará de apoiar uma proposta que "contribua para repor rendimentos e direitos e para o desenvolvimento económico".

Jerónimo considerou ainda que o debate sobre as leis laborais serviu para fazer uma "clarificação" e criticou o PS por por ter optado pelo "lado dos mais fortes". Criticou ainda a "obsessão" do governo pelo défice e a resistência em aumentar os funcionários públicos no próximo ano. 

Na fase final da entrevista, Jerónimo foi questionado sobre o seu futuro no PCP, mas garantiu apenas que continuará como secretário-geral enquanto puder e "os meus camaradas entenderem".