Jerónimo. Portugal “ainda não tem resposta para problemas que se agravam”

Secretário-geral do PCP não deixou de criticar a política “de direita” levada a cabo pelo governo

Jerónimo de Sousa afirmou que Portugal “ainda não tem a resposta de que precisa para os problemas que se mantêm e agravam”, permanecendo um país “amarrado aos interesses do grande capital”. O secretário-geral do PCP falou hoje no Comício de Verão do PCP, em Monte Gordo. 

“Não tem resposta para os nefastos e graves problemas económicos e sociais decorrentes do domínio pelos monopólios nacionais e, principalmente, estrangeiros sobre setores estratégicos nacionais”, acrescentou.

O líder comunista aproveitou a oportunidade para deixar críticas ao acordo de concertação social assinado pelo governo e os parceiros sociais. “Problemas que persistem no plano social e que se manifestam em profundas desigualdades sociais que permanecem vivas na realidade portuguesa, com a política de contenção dos salários e a insistência numa legislação laboral favorável à exploração e ao emprego precário e sem direitos, em que o acordo subscrito entre o governo PS e alguns parceiros sociais assume particular gravidade”, afirmou.

Para Jerónimo de Sousa, os desenvolvimentos recentes na política portuguesa mostram uma situação política nacional marcada pelas “contradições inerentes às opções do PS e do seu governo minoritário, de onde se releva uma crescente convergência com PSD e CDS para garantir o essencial da política de direita em matérias e áreas nucleares da ação governativa”.

Nessa política a que chamou “de direita”, o comunista referiu que sobressaem as medidas referentes à política laboral, o “apoio de milhões ao setor financeiro”, a transferência de competências para as autarquias – “apresentadas sob a falsa e equívoca designação de descentralização” – e o próximo Quadro Financeiro da União Europeia, “com uma orientação e concertação comuns em relação aos elementos estratégicos de aprofundamento da integração capitalista, responsável pelo desenvolvimento desigual, injusto e assimétrico da União Europeia”.

“Contradições que impedem a resolução de muitos dos problemas nacionais, impossibilitam as opções de investimento público indispensável ao desenvolvimento do país e limitam a resposta às preocupações e aspirações dos trabalhadores e das populações”, sublinhou Jerónimo de Sousa.