Para deixar passar o comboio especial do PS, a CP “aceita atrasos”

“O operador CP aceita os atrasos resultantes a outros comboios, pela realização dos comboios da presente carta impressa”, pode ler-se no documento

Para deixar passar o comboio especial do PS, a CP “aceita atrasos”

Depois das várias polémicas à volta dos atrasos e supressões de horários dos comboios da CP, a empresa de transportes ferroviários admite atrasos no funcionamento normal dos transportes para que os comboios fretados para a Festa de Verão do PS possam circular, avança o Observador.

Na carta enviada pela CP ao PS, pode ler-se que “o operador CP aceita os atrasos resultantes a outros comboios, pela realização dos comboios da presente carta impressa”.

O documento foi assinado pelo diretor do Departamento de Programação e Horários da Infraestruturas de Portugal, Agostinho Pereira, e Gestora da Unidade de Horários, Mário Sousa. A carta foi enviada a 20 de agosto e remete para os comboios que ligam Lisboa a Caminha, onde se realizará, este fim de semana (25 e 26 de agosto), a festa.

Fonte oficial da empresa garantiu ao Observador que “a CP realiza há décadas comboios especiais para vários clientes” e que “sempre que se realiza um comboio especial, a CP, naturalmente, tem que solicitar o respetivo canal horário ao gestor da infraestruturas, uma vez que são comboios especiais e não regulares”.

A autorização para atrasos noutros comboios “está presente em vários outros documentos “Carta Impressa”, de comboios especiais já realizados, que não significaram atrasos para outras circulações”, acrescenta a mesma fonte.

O comboio especial do PS também já gerou críticas por parte do CDS. “Constatámos que o PS vai ter brevemente a sua ‘Festa de Verão’ e utilizará um ‘comboio especial’. É normal e natural que quem tem comboios especiais, não sei se com ‘catering’ ou sem, provavelmente, com ar condicionado, não esteja preocupado com a situação dos portugueses, que é de comboios que não existem, não funcionam em condições e, muitos deles, foram suprimidos”, disse Telmo Correia depois de Ferro Rodrigues ter recusado a urgência do pedido do CDS para realizar uma reunião da comissão permanente para debater os problemas da ferrovia.