Jerónimo de Sousa diz que os avanços conseguidos estão aquém do necessário

O secretário-geral do PCP garantiu que se a política do governo está em contraciclo com a da União Europeia é por tal se dever à sua pressão

Analisando os três anos da atual legislatura socialista que apoia no parlamento, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou que o se tem "conseguido está aquém do necessário". "Todos sabemos das limitações da atual solução política para dar resposta aos problemas de fundo do país e assegurar um rumo sustentado de elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo", disse Jerónimo de Sousa no encerramento da V Assembleia da Organização Regional do Litoral Alentejano do PCP, no parvilhão de Feiras e Exposições de Santiago do Cacém, em Setúbal.

No entanto, o líder comunista argumentou que os avanços conseguidos desde 2015 "vão em contraciclo com a política de intensificação da exploração, de liquidação de direitos e de retrocesso social dominante da União Europeia", ainda que o "governo minoritário do PS" continuar a seguir as orientações europeias, à semelhança do PSD e CDS. 

Como alternativa, Jerónimo de Sousa defendeu ser "urgente romper com as políticas do passado e dar um novo rumo à vida política nacional". "Uma política que aposta na produção nacional, na sua diversificação, esse problema central e primeiro para resolver muitos outros problemas que enfrenta o desenvolvimento do país e esta região do Alentejo em particular", continuou. 

Um exemplo, diz Jerónimo, de políticas erradas são as que o governo tem feito em apoio às culturas de produção superintensiva na zona de regadido do Alqueva. "O governo projeta medidas para as grandes explorações, anuncia apoios para as produções que interessam aos industriais e promove outras culturas, na zona do regadio de Alqueva, com a produção superintensiva do olival e do amendoal, assente na utilização maciça de pesticidas e na exploração de mão-de-obra estrangeira em condições de quase escravatura", denunciou o líder comunista. 

Se a política do governo tem ido em contraciclo com as da União Europeia, é por tal se dever ao PCP, argumentou Jerónimo de Sousa, sublinhando a importância do PCP no "aumento extraordinário das pensões de reforma" e a "reposição do subsídios de Natal para todos os trabalhadores e reformados". "Por vontade do PS os avanços mais marcantes não existiriam", garantiu.