Portugal. FMI revê em baixa crescimento da economia para 1,7%

Dados do World Economic Outlook (WEO), divulgados ontem, mostram uma revisão pessimista do crescimento económico mundial.  

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou ontem o World Economic Outlook (WEO) com novas estimativas para este ano no que diz respeito ao crescimento da economia para a zona euro. A nível nacional, os dados não são tão animadores como em novembro do ano passado, data do último relatório. A instituição liderada por Christine Lagarde prevê que a economia portuguesa cresça 1,7% este ano, valor sensivelmente abaixo dos 1,8% previstos em novembro.

Ainda em relação a Portugal, o WEO antecipa novo abrandamento em 2020, para um crescimento de 1,5%.

A taxa de desemprego é um dos pontos abordados neste documento, com o FMI apontar para uma taxa de 6,8% ao longo deste ano, valor também acima da estimativa anterior (6,5%). Para 2020, as perspetivas são favoráveis, estimando-se uma taxa de desemprego de 6,3%.

Quanto ao défice, o WEO ontem divulgado mantém o valor de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB).

Estes valores diferem das estimativas do Governo, que prevê uma taxa de desemprego de 6,3% e um défice de 0,2% do PIB já este ano. No que toca ao crescimento económico, a projeção do Orçamento do Estado fixava-se nos 2,2%, 0,5 pontos percentuais abaixo da estimativa do FMI.

Revisão em baixa para economia mundial A visão menos otimista não se restringe apenas a Portugal: o FMI reviu em baixa o crescimento económico mundial para 3,3% em 2019, um valor 0,2 pontos percentuais abaixo dos dados avançados em janeiro. Para 2020, o fundo manter a previsão de crescimento de 3,6%.

“Depois de atingir o pico de cerca de 4% em 2017, o crescimento global continuou forte, nos 3,8% na primeira metade de 2018, mas depois caiu para 3,2% no segundo semestre”. O abrandamento de 3,6% registado em 2018 para os 3,3% previstos agora para 2019 reflete, justifica o FMI, a desaceleração da atividade económica na segunda metade do ano passado e no primeiro semestre deste ano.

As tensões comerciais entre os Estados Unidos da América e a China e o aperto das condições financeiras em vários países foram dois dos fatores decisivos para esta revisão em baixa.

Quanto à zona euro em particular, o FMI prevê um crescimento da economia de 1,3% para 2019 e 1,5% em 2020, descendo em 0,3 pontos percentuais a previsão anterior para este ano.

“A zona euro desacelerou mais do que o esperado”, refere o relatório, que faz referência a aspetos como a falta de confiança dos consumidores e empresários, o clima de incerteza quanto às políticas orçamentais e às preocupações relacionadas com o Brexit e a falta de um acordo para uma saída ‘limpa’ da União Europeia.

Com Joana Marques Alves