América do Sul. Argentina de Aimar conquista título de sub-17 sob polémica

A seleção argentina perdeu por 4-1 na última jornada, diante do Equador, com ambos os países a ser acusados de conluio para prejudicar o Peru

Pablo Aimar, antigo campeão nacional pelo Benfica, conseguiu o primeiro troféu da carreira enquanto treinador, ao comando da seleção de sub-17 da Argentina. O título sul-americano, todavia, ficou marcado pela pesada derrota na última jornada do torneio hexagonal (1-4), diante do Equador, com o Peru a acusar as duas seleções de conluio.

A Argentina entrou para a ronda decisiva com um ponto de vantagem sobre o Chile e já a saber que os chilenos tinham empatado a zero com o Paraguai. Assim, a equipa das pampas sabia que só não iria poder festejar a quarta conquista do troféu se perdesse por mais de três golos.

Ao mesmo tempo, outro golo argentino tirava ao Equador o quarto lugar, e consequente vaga no próximo Mundial, pelo que os últimos minutos da partida foram disputados a um ritmo muito baixo, com ambas as equipas satisfeitas e sem demonstrar vontade de atacar. O resultado serviu a Argentina e Equador e deixou fora do Mundial o Peru, curiosamente o país anfitrião do torneio sul-americano.

Após o apito final, Juan Carlos Sandi, ex-jogador e pai do guarda-redes da seleção peruana, deixou pesadas críticas aos argentinos, com Aimar também a ser visado. "Dirigi-me ao senhor Tapia [presidente da Federação argentina] e disse-lhe que o futebol não se pode manchar desta maneira. O que se viu hoje é uma vergonha. O ano passado a Argentina classificou-se para o Mundial depois de ganhar ao Equador. O que foi isto? A devolução de um favor? É vergonhoso. Houve colegas peruanos que postaram coisas sobre o Aimar, frases bonitas sobre ele. Mas se há algo 'obscuro' aqui, não pode orientar mais a Argentina", disparou aos microfones da Fox Sports.

Refira-se, porém, que Aimar não aparentou ter ficado nada contente com o desfecho da partida. Apesar da conquista do troféu, o técnico de 39 anos mostrou um rosto fechado, chamando os jogadores (que festejavam de forma moderada) após o apito final para uma conversa no centro do relvado.