As demissões mais polémicas do Governo de Costa

O SOL reuniu as demissões mais polémicas do Executivo de António Costa

Licenciaturas (ou a falta delas)

Em outubro de 2016, dois adjuntos do Governo demitiram-se por problemas relacionados com as suas licenciaturas. O primeiro caso envolveu o adjunto do primeiro-ministro para os Assuntos Regionais, Rui Roque, que acabou por se demitir após se ter descoberto que tinha uma licenciatura falsa em Engenharia Eletrotécnica. No mesmo mês, Nuno Félix, chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, também se demitiu depois de ter sido revelado que o responsável não tinha completado duas licenciaturas, como estava descrito no despacho da sua nomeação publicado em Diário da República.

Raríssimas 

Após uma investigação conduzida pela TVI, o  secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, demitiu-se, em dezembro de 2017, pela sua ligação à polémica ex-presidente da instituição Raríssimas, Paula Brito e Costa. Na altura, a reportagem trouxe a público detalhes sobre a gestão da associação que apontavam para o uso indevido de fundos da Raríssimas para despesas pessoais de Paula Brito e Costa. Manuel Delgado abandonou funções depois de ter sido confrontado com o facto de ter feito viagens com a presidente alegadamente pagas com dinheiro da associação.

Galpgate

Em junho de 2017, três secretários de Estado pediram a demissão devido ao caso conhecido por Galpgate. Rocha Andrade, responsável pelos Assuntos Fiscais, João Vasconcelos (falecido em março deste ano), da pasta da Indústria, e Jorge Costa Oliveira, da Internacionalização, abandonaram o Governo, na sequência da informação de que tinham aceite viagens pagas pela petrolífera Galp para irem assistir ao Europeu de futebol de 2016, em França. O Ministério Público acusou de corrupção 16 dos 26 arguidos do caso.

Incêndios de 2017

Depois dos trágicos incêndios de 2017 que provocaram 115 mortes, Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna pediu a demissão a António Costa. Segundo a antiga executiva, «logo a seguir à tragédia de Pedrógão» tinha «insistentemente» pedido ao primeiro-ministro que a libertasse das funções. Contudo, a demissão só foi oficializada a 18 de outubro, depois de o Presidente da República ter dito publicamente que o país precisava de iniciar um novo ciclo e que o Governo deveria analisar «quem» poderia servir melhor esse recomeço. 

O caso de Tancos

O polémico desaparecimento de material militar dos paióis de Tancos levou à demissão do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, em outubro de 2018. Um após ter estalado o ‘escândalo’ que levou à abertura de uma comissão parlamentar de inquérito, Azeredo acabou por não resistir. Em causa estava se o ministro sabia da encenação ou se tinha comunicado a António Costa a forma ilegal como a Polícia Judiciária Militar tinha reavido o material roubado. Azeredo Lopes acabou por ser constituído arguido em julho.

‘Familygate’

Antes da polémica das golas infamáveis, o ‘Familygate’ tinha sido o último escândalo a pôr o Governo em cheque. Em abril, Carlos Martins,  secretário de Estado do Ambiente, e o seu primo e adjunto Armindo Alves demitiram-se, após terem sido reveladas as relações familiares entre os políticos. Dias depois, na mesma lógica, João Ruivo, marido da secretária de Estado da Cultura e técnico especialista do Gabinete da Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, também abandonou as funções que tinha assumido há 13 dias.