Governo venezuelano acusa Portugal de minimizar situação sobre voo da TAP e exige explicações

Venezuela pede investigação rigorosa.

O Governo venezuelano acusou, esta sexta-feira, Portugal de minimizar as acusações de irregularidades relacionadas com o voo da TAP, que transportou Juan Guaidó e o tio, Juan José Márquez, até Caracas, e exige explicações.

"A República Bolivariana da Venezuela expressa a sua condenação pelas graves irregularidades cometidas pela companhia aérea TAP, de Portugal, no voo TP173 de 12 de fevereiro de 2020, uma vez que contrariam as disposições de segurança da Organização Internacional de Aviação Civil (OIAC)", refere um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

Segundo a mesma nota, foi facilitada a entrada de Juan Guaidó, líder da oposição, na aeronave, com uma "identidade falsa", o que representa uma violação das diretrizes da OIAC sobre a identificação de passageiros.

"Da mesma forma, as autoridades venezuelanas conseguiram identificar que outro passageiro, um familiar e companheiro (de Juan Guaidó), transportou materiais proibidos e substâncias explosivas, incorrendo em uma violação ainda mais grave dos regulamentos de segurança aeronáutica", acrescenta o comunicado.

A Venezuela pede então uma investigação rigorosa à situação.

"A Venezuela requer que as autoridades portuguesas proporcionem as explicações correspondentes e a abertura de uma investigação rigorosa em relação a estas pessoas, uma vez que ambas as situações só puderam desenvolver-se com o consentimento das autoridades policiais [portuguesas]", refere.

"Em função do exposto, a Venezuela objeta e considera ligeiras e sem fundamento as declarações do Ministro de Negócios Estrangeiros da República Portuguesa, Augusto Santos Silva, ao pretender minimizar tão grave situação e desconhecer os riscos para a segurança dos passageiros e para a paz do povo venezuelano", remata o comunicado.

Recorde-se que o Governo português ordenou uma investigação à TAP, depois de a Venezuela acusar a companhia aérea portuguesa de “violar padrões internacionais" e de transportar explosivos, no voo de terça-feira, onde seguiam Juan Guaidó e o tio.

Segundo as autoridades venezuelanas,  tio de Guaidó foi detido, no aeroporto, porque transportou consigo "lanternas de bolso táticas" com "substâncias químicas explosivas no compartimento da bateria" durante o voo. 

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse esta sexta-feira que as acusações das autoridades venezuelanas ao Governo português “não fazem nenhum sentido”.

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