Covid-19. 48% das empresas não tem condições para aguentar dois meses sem apoios

Inquérito do INE e Banco de Portugal revela que “48% das empresas afirma não ter condições para se manter em atividade por mais de dois meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez”.

Quase metade das empresas (48%) afirma não ter condições para manter a atividade por mais de dois meses sem medidas de apoio à liquidez, segundo o inquérito do INE e Banco de Portugal realizado na semana passada, divulgado esta terça-feira.

Os resultados da segunda semana de inquirição, realizada entre 13 e 17 de abril pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal (BdP), revelam que “48% das empresas afirma não ter condições para se manter em atividade por mais de dois meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez”.

Por sua vez, 10% das empresas reportaram não ter condições para se manter por mais de um mês, enquanto 27% responderam que têm condições entre três a seis meses e 25% mais de seis meses. As percentagens mais expressivas de empresas com condições para se manterem até dois meses verificam-se no grupo das empresas de micro e pequena dimensão (43% e 42% respetivamente) e principalmente no setor do alojamento e restauração (44%).

12% recorreram ao aumento do financiamento. Segundo os resultados do inquérito feito pelo INE e pelo BdP, 12% das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas aumentaram o recurso ao crédito na semana passada face à anterior.

“A percentagem de empresas que recorreu a crédito adicional reduz-se quanto maior a dimensão da empresa”, lê-se do documento. Das empresas que aumentaram o recurso ao crédito, 83% reportaram um crescimento do financiamento junto de instituições financeiras e 51% um aumento do crédito de fornecedores.

Do conjunto de empresas que não aumentou o recurso ao crédito, 76% reportaram que não recorreram a crédito adicional por não o ter pretendido.