Segundo o último balanço das autoridades de saúde, registam-se 22.353 casos de covid-19 em Portugal, mais 371 do que os partilhados na quarta-feira, o que representa um crescimento de 1.7%. 1.095 dos doentes estão internados, dos quais 204 estão em Unidades de Cuidados Intensivos, menos 3 do que ontem. 86,1% dos casos estão em internamento domiciliar.
Já 1.201 pessoas venceram a luta contra o novo coronavírus em Portugal, das quais 58 nas últimas 24 horas. Até à data há registo de 820 óbitos no país. A taxa de letalidade global é de 3,7% e em pessoas com mais de 70 anos é de 13,3%
Portugal ultrapassou a barreira dos 300 mil testes realizados. Desde o dia 1 de março, foram realizados 302 mil testes no país. De acordo com António Sales, a testagem em Portugal é uma testagem de 27.925 pessoas por milhão de habitantes, uma testagem superior a países como a Noruega, Suíça, Itália e Alemanha.
O secretário de Estado da Saúde mencionou ainda a plataforma Trace Covid, que já conta com 135 mil utilizadores. Esta plataforma permite o seguimento de doentes ou pessoas suspeitas de estarem infetadas com o novo coronavírus.
Desde o dia 9 de março foram transferidos 2300 doentes do Serviço Nacional de Saúde para Unidades de Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Desde o mesmo dia, as autoridades de saúde receberam ainda 230 ajudas sociais, permitindo libertar camas hospitais "cruciais nesta altura", aponta António Sales.
Questionado sobre quando as consultas e cirurgias adiadas vão voltar a ser remarcadas, o secretário de Estado da Saúde sublinha que toda a atividade urgente se manteve, mesmo numa altura em que a luta contra a covid-19 tem sido a protagonista e voltou a apelar às pessoas que sofrem de doenças graves para recorrerem aos serviços de Urgências, em caso de necessidade, visto ser "seguro".
No primeiro trimestre do ano houve menos 6,6% de consultas presenciais nos cuidados primários de saúde, em relação ao período homólogo. Mas por outro lado, as ferramentas digitais tem feito o acompanhamento de muitos doentes e houve um aumento de consultas não presenciais – 26,9%. Ainda em relação ao período homólogo, nos hospitais, ocorreram menos consultas – 5,7% – e menos cirurgias – 5,3%. António Sales diz que estão a ser elaborados planos de recuperação para que estes números possam voltar a aumentar.
"Provavelmente quando descomprimirmos as medidas, a curva vai tender a subir", admite Graça Freitas. Questionada sobre as máscaras existentes em Portugal, a diretora-geral da Saúde afirma que "há três tipos de máscaras: respiradores – para profissionais de saúde, as cirúrgicas, que são as mais conhecidas, e por causa da pandemia foram criadas novas máscaras: comunitárias ou sociais", explica Graça Freitas, Diretora-Geral da Saúde. As máscaras sociais estão em fabrico no país, "com alguma qualidade e capacidade de filtração", aponta. "A recomendação é de serem utilizadas em determinadas circunstâncias: transportes públicos, supermercados, farmácias, espaços fechados, só quando não é possível o distanciamento social", acrescentou.
"327 dos óbitos em Portugal ocorreram em lares", de acordo com Graça Freitas. "Estar num lar não é uma fatalidade" sublinha. "A maior parte das pessoas que adoeceu em lares está hoje recuperada", garantiu a diretora-geral da Saúde que afirma que a grande maioria dos utentes foi tratado no local.
Questionada sobre os espaços que decidiram que se deve utilizar máscaras no seu interior, Graça Freitas afirma que cada espaço pode tomar as medidas que acharem mais seguras, no entanto, a utilização de máscaras não deve eliminar as outras medidas necessárias, como a limpeza e o distanciamento social.
"As máscaras não são a solução única porque senão todos os problemas da humanidade estavam resolvidos", afirma a diretora-geral da Saúde.
Questionada sobre as celebrações do 25 de abril no Parlamento e sobre o facto de os presentes não irem utilizar máscaras, Graça Freitas sublinha que não é necessário e deu o exemplo da sala onde decorre a conferência de imprensa. "Ninguém está de máscara, porque conseguimos manter o distanciamento social, temos as mãos lavadas, temos solução alcoólica e temos as superfícies desinfetadas", explicou. "É o que se vai passar na AR, é um edifício grande. Estarão garantidas todas as condições para as pessoas estarem em distanciamento social", aponta. "Existe um plano de contingência excelente" sublinha Graças Freitas.
Está elaborado um projeto piloto para que 1700 pessoas sejam submetidas a testes sorológicos, de modo a que seja validada a metodologia, afirma António Sales.