Quando ir à praia tem mais risco do que ir ao barbeiro

Como é óbvio, o primeiro-ministro deve ter ouvido muitos mas, depois, tomou as suas decisões. Que são, obviamente, políticas. A ciência mostrou-lhe os cenários, Costa teve de exercer o seu cargo de líder do Governo.

A crise do novo coronavírus mereceu de diferentes Governos abordagens bem díspares, embora seja reconhecido quase unanimemente que aqueles que obrigaram mais cedo as pessoas a ficarem confinadas em casa foram os que mais sucesso tiveram. Parece também consensual que os governantes se apoiaram nos conselhos técnicos dos especialistas para tomarem as suas decisões, embora existam aberrações conhecidas, como as de Trump e Bolsonaro. O comportamento de ambos é conhecido porque vivem em países democráticos, com todas as suas idiossincrasias, e são escrutinados. Mas o que se passará verdadeiramente em nações obscuras onde ditadores fazem o que muito bem lhes apetece? Ninguém sabe…

Vem esta conversa da importância dos especialistas – é espantoso como intensivistas, infetologistas, pneumologistas e matemáticos, entre outros, mostraram a sua relevância – a propósito da segunda fase da pandemia. Como é óbvio, o primeiro-ministro deve ter ouvido muitos mas, depois, tomou as suas decisões. Que são, obviamente, políticas. A ciência mostrou-lhe os cenários, Costa teve de exercer o seu cargo de líder do Governo.

E o que se percebe das medidas anunciadas – entre o que vai abrir a 4 e 18 de maio e o que passa para junho ou ainda está à espera de novidades – é que Costa tentou fazer um equilíbrio entre as recomendações dos especialistas e as necessidades económicas do país. Muitos defendiam a abertura da sociedade por zonas, por idades e até por profissões, por forma a controlar eficazmente uma nova vaga do vírus. Mas o primeiro-ministro fez as suas escolhas, não diferindo muito da República Checa, por exemplo.

Leia o artigo na íntegra na edição impressa do SOL. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.