O que será, será

As autoridades da Saúde, a começar pela ministra Marta Temido e pela diretora-geral Graça Freitas, têm de reformular o discurso rapidamente e passar a assumir o que tem de ser assumido e recusar o papel patético de tentar justificar o injustificável.

O medo confinou os portugueses durante meses e os primeiros sinais de abertura revelaram que o regresso à normalidade ainda vai demorar… enquanto houver medo.

Mas a normalidade vai regressar e, por alguns mas já significativos sinais, a nova normalidade de que tanto se falou vai acabar por ser a velha normalidade.

Não restam muitas dúvidas. Talvez com uma ou outra nuance, mas nada de verdadeiramente substancial.

Porque o medo não resiste às incongruências do discurso dos políticos e das autoridades da Saúde e das outras.

Veja-se o que se passa com os aviões, com as praias, com a Festa do Avante!…

No fundo, é tudo uma questão de tempo.

As autoridades da Saúde, a começar pela ministra Marta Temido e pela diretora-geral Graça Freitas, têm de reformular o discurso rapidamente e passar a assumir o que tem de ser assumido e recusar o papel patético de tentar justificar o injustificável. Sob pena de hipotecarem de vez a credibilidade que lhes resta.

A explicação para não obrigar ao distanciamento social nos aviões – cuja lotação máxima é permitida por óbvias razões económicas – não foi só ridícula e indigna de um responsável pela saúde pública. Foi muito mais do que isso. Foi a confirmação de que a diretora-geral de Saúde e toda a cadeia hierárquica dela dependente é submissa aos superiores ditames políticos e rege-se de acordo com as suas ordens e orientações. Sem qualquer sentido crítico, sem qualquer respeito próprio ou vergonha.

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