Ventura.”O racismo estrutural não existe em Portugal”

Líder do Chega convocou contra-manifestação para dizer que Portugal não é racista. A iniciativa soou também a campanha para as presidenciais.

André Ventura, presidente do Chega, decidiu convocar uma manifestação em resposta às concentrações de homenagem ao ator Bruno Candé, morto a tiro na semana passada em plena luz do dia, em Moscavide. As concentrações foram convocadas por ativistas e membros do Bloco de Esquerda e do PCP também participaram, num conjunto de protestos contra o racismo.

A iniciativa do líder do Chega percorreu este domingo várias artérias da cidade de Lisboa com início da Praça do Município. Ventura aproveitou o momento ( perante centenas de apoiantes) para dizer que "não há racismo estrutural em Portugal". A contra-manifestação tinha a propósito de mobilizar e provar que não é só a esquerda que vai para a rua protestar. Ventura lembrou ainda a Rui Rio que se os sociais-democratas não se associarem a este tipo de iniciativas ( como a manifestação do Chega), "o PSD desaparece". 

A iniciativa já mereceu, entretanto, uma reação do presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos. O dirigente centrista considerou, por um lado, que "a verdadeira direita que o CDS representa não cai nas ratoeiras ideológicas da extrema-esquerda para se afirmar. É tão óbvio que Portugal não é um país racista, como é também evidente que existem isoladamente crimes de racismo no nosso país". E deixou um recado a André Ventura: "Aos políticos pede-se que coloquem o oportunismo político de parte e que dêem o exemplo ao país", acrescentando que o bom senso é único radicalismo de que Portugal precisa".