A informação foi divulgada, esta sexta-feira, em comunicado, pela federação que começou por esclarecer que "foram três meses a encobrir, sem razão que o justificasse, o que se passava nas escolas, mas, na sequência de sentença proferida pelo Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, o Ministério da Educação fez chegar a informação à FENPROF".
De acordo com as informações que a FENPROF havia recolhido, face ao blackout promovido pelo Ministério, estavam confirmadas situações de infeção em 1071 escolas: 926 básicas e secundárias públicas do continente, 49 privadas, 20 do ensino superior, 51 da RA Madeira e 25 RA Açores. No entanto, pelos dados que rececionou por parte do Ministério da Educação verifica-se que esse número ascende a 2933, referindo-se, apenas, a escolas públicas do continente e sem incluir o ensino superior.
"Se tivermos em conta o último número de escolas divulgado pela DGEEC/ME, o total de estabelecimentos públicos do continente é 5568, o que significa que houve casos de infeção em mais de metade deles", continuou a FENPROF, adicionando que "o número agora conhecido indicia que o de surtos foi bem superior a apenas algumas dezenas, como foi repetido pela Direção-Geral da Saúde, embora este último número não possa ser confirmado pela lista recebida, pois não refere, como se solicitou, quantos casos houve por escola". Na ótica do órgão liderado por Mário Nogueira, "demonstra-se, no entanto, pelo elevado número de escolas, que a pandemia não lhes passou ao lado, ao contrário do que foi o discurso oficial, meses a fio, e que o seu funcionamento foi um importante fator de propagação, o que vários estudos já indiciavam e também parece confirmar-se, agora, pela redução do número de novos contágios após o seu encerramento".
No comunicado emitido pelo Secretariado Nacional, é igualmente percetível que juntamente com a lista de escolas solicitada, foi recebida informação sobre o plano de contingência aprovado em cada uma delas. "Não era, porém, essa a informação pretendida, pois a FENPROF não duvidava que as escolas tinham planos de contingência para a grave situação epidemiológica que se vive", sendo que aquilo que pretendia conhecer "eram os procedimentos concretos que tinham sido adotados na sequência da confirmação dos casos de Covid-19". Porém, a federação admite que "a informação seja da responsabilidade da autoridade de saúde e não do Ministério da Educação".
Deste modo, "entende a FENPROF que esta informação é relevante, pois quando regressar o ensino presencial estaremos ainda longe de erradicar a pandemia, não podendo repetir-se o que aconteceu anteriormente: não haver um protocolo claro para as escolas, sendo adotados procedimentos completamente distintos de umas para outras, aparentemente ligeiros nuns casos e muito fortes em outros" e, como tal, "a Federação dirigiu-se à Senhora Ministra da Saúde solicitando a informação ainda em falta e que é crítica para a intervenção no domínio da segurança e saúde de quem está nas escolas".
"A lista de escolas que foi disponibilizada pelo Ministério da Educação está disponível no site da FENPROF para informação dos professores e educadores associados aos seus Sindicatos de Professores", concluiu. Pode consultar a lista aqui.