PSD e CDS assinam acordo no próximo dia 16

Documento está a ser últimado entre os dois partidos para avaliar listas, mas não deve revelar número de coligações.

Ainda falta acertar alguns detalhes mas o PSD e o CDS vão assinar (e apresentar) o acordo quadro de coligações autárquicas para as próximas eleições na próxima terça-feira, dia 16.

O documento não diz quantas coligações serão feitas, mas fica definido o princípio de que os dois partidos irão coligados sempre que seja vantajoso a nível local para garantir uma vitória. E as contas e gastos serão distribuídas numa lógica de 80 por cento para quem liderar a coligação e de 20 por cento para o partido que surgir em segundo lugar na equipa.

 

João Almeida na calha

Na calha para vir a ser o candidato à Câmara em São João da Madeira pela coligação dos dois partidos está o deputado centrista João Almeida, avançou o Observador. A confirmar-se, o CDS irá neste caso liderar a lista, mas ainda faltam várias etapas, designadamente, o aval dos sociais-democratas da concelhia de São João da Madeira. A nível nacional, não deverá haver obstáculos do lado do PSD. De realçar que João Almeida foi adversário de Francisco Rodrigues dos Santos no último congresso do partido. E elogiou a atitude de Mesquita Nunes, antigo vice-presidente, ao pedir uma clarificação interna de estratégia e um congresso antecipado.

Entretanto, Rui Rio anunciará hoje mais cerca de 50 nomes de candidatos autárquicos pelo partido, mas ainda falta o Porto. O caso da Invicta deverá ser resolvido nas próximas duas semanas. Mas há quem defenda que Rio, o líder, deveria ir a jogo. Problema? Não poderia ser candidato a primeiro-ministro.

Já o cenário de o ex-líder da Aliança (entretanto desfiliado) Pedro Santana Lopes vir a ser candidato com o apoio do PSD não está descartado. As conversas entre Santana e Rui Rio prosseguem, apurou o i.

 

Moedas sem plano B

Esta semana, o candidato autárquico do PSD em Lisboa, Carlos Moedas, deu a sua primeira grande entrevista (à RTP3) e garantiu que não está na corrida eleitoral para ser líder do PSD. “A minha vida agora vai ser a Câmara de Lisboa, é isso que quero. Não tenho plano B“.

Sobre o facto de o seu nome ser colado às medidas da troika, enquanto antigo secretário de Estado-adjunto de Passos Coelho, Moedas ripostou: “Às vezes fico um bocadinho confundido que as pessoas digam que é o da troika. Não, não. Eu fui do Governo que tirou Portugal da troika”. E lembrou que o socialista Fernando Medina, atual autarca de Lisboa, “foi secretário de Estado de um Governo que nos levou à troika”.

O ex-comissário europeu voltou a dizer que a sua candidatura autárquica foi “a decisão mais difícil” que teve de tomar na sua vida e que esteve um mês a avaliar a sua entrada na corrida eleitoral, confirmando os contactos com o líder do PSD, Rui Rio.

Quanto à decisão da Iniciativa Liberal de ter uma candidatura própria em Lisboa, Moedas disse respeitar a opção, recordando que não chegou a ter negociações com o partido liderado por João Cotrim de Figueiredo.

O candidato escolhido por Rui Rio segue com uma coligação autárquica com o CDS, Aliança, o PPM, MPT.

 

Polémica em Braga

Do lado dos socialistas, em Braga, a concelhia já fez saber que o dossiê não está fechado, ainda que a comissão permanente do PS tenha indicado o nome do deputado Hugo Pires. A direção nacional impôs o nome do parlamentar, depois de fazer estudos de opinião. “Considerando a metodologia de designação adotada e os resultados conhecidos da sondagem realizada, a decisão e escolha deverá, naturalmente, recair no melhor colocado. Em face ao exposto, e no corolário deste processo partilhado e participado pelos três níveis de órgãos do partido, a Comissão Permanente (no uso das suas competências estatuárias) indica o camarada Hugo Pires como Candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal de Braga para as eleições autárquicas de 2021”, pode ler-se na carta da indicação com data de 5 de março, citada pela Lusa e que foi avaliada na última reunião da comissão política concelhia de Braga. A concelhia preferia Artur Feio, líder daquela secção socialista, mas a direção decidiu em sentido contrário.

No Porto, a decisão também poderá passar pela direção nacional, com vários nomes testados, entre eles José Luís Carneiro, secretário-geral -adjunto do PS, e Manuel Pizarro, atual eurodeputado e ex-vereador. Mas este deverá ser um dos últimos processos (se não o último) a ficar fechado no PS.