Marcelo e a semântica…

Não valorizo a troca de palavras entre o primeiro-ministro e o Presidente da República sobre o desconfinamento. Mas Marcelo lembrar que é ele que nomeia o chefe do Governo é outra coisa. 

1. Quando se pensava que a crise pandémica estava controlada, eis que os números voltam a subir, o que tem acontecido nas duas últimas semanas. Tem aumentado o número de casos, o número de internados o que nos coloca na chamada matriz laranja de risco. Com o país cansado de ouvir virologistas e investigadores, não deixa de ser importante acompanhar esta evolução mesmo estando o processo de vacinação muito à frente do calendário inicialmente previsto. 

2. Nem todas as vacinas produzem os mesmos efeitos secundários. Há um lapso de informação relevante. Deveria ter sido mais divulgada a reação aos efeitos das vacinas. Falo por experiência própria. Temperatura de 38 graus, frio, dores musculares e cefaleias, tudo o que não tinha imaginado que pudesse acontecer. A questão é que no centro de vacinação não há informação escrita a alertar os pacientes e os enfermeiros não avisam as pessoas, no final da segunda toma, para as consequências que poderão ser sentidas nas 48 horas que se seguem à segunda toma da vacina. 

3. Não valorizo a troca de palavras entre o primeiro-ministro e o Presidente da República sobre o desconfinamento. Mas Marcelo lembrar que é ele que nomeia o chefe do Governo é outra coisa. Neste ponto não creio que tenha sido apenas um arrufo de momento. As palavras valem o que valem mas quando Marcelo Rebelo de Sousa fala, as suas palavras, previamente estudadas, procuram ir além da semântica. Têm um significado político.