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Bruxelas e Belém elogiam Cabrita

O trabalho do ministro mais desgastado levou a duplos elogios na semana passada. Um deles tem sabor a despedida.

Bruxelas e Belém elogiam Cabrita

A semana que passou revelou-se um autêntico oásis no percurso político de Eduardo Cabrita desde que assumiu a pasta da Administração Interna. O trabalho do ministro mais desgastado de António Costa foi esta semana elogiado por duas altas instâncias: uma Comissária Europeia e o Presidente da República.

Comecemos por Bruxelas: na passada quinta-feira, num discurso no Alto Fórum Europeu para a proteção dos afegãos em risco, Ylva Johansson - comissária europeia responsável pelos Assuntos Internos, ou seja, a homóloga de Cabrita na União Europeia - elogiou a maneira como Portugal acolheu refugiados afegãos. No discurso, entre outras passagens, leem-se alguns elogios à Administração Interna: “E agora ela [uma futebolista afegã] está em Portugal. (…) Graças a um esforço global para tirá-los [a um conjunto de refugiados] de lá. E graças a Portugal por os ter recebido. Na semana passada ela jogou futebol pela primeira vez em seis meses. Com o Benfica, um clube famoso. (…) Ela encontrou segurança”. 

Passados dois dias, no sábado, Eduardo Cabrita voltou a ouvir elogios públicos. Todavia, desta vez, não vinham de Bruxelas nem teciam considerações sobre o acolhimento de refugiados. Vinham, sim, de Belém e teciam considerações positivas sobre a prevenção e combate aos incêndios em Portugal. Na inauguração da sede da Liga dos Bombeiros Portugueses, Marcelo Rebelo de Sousa, deixando o clima de despedida no ar, atirou: “Queria dizer, porque é justo, é justo e não tem sido dito ao Ministro da Administração Interna, que, neste domínio, há que lhe agradecer. (…) Há que reconhecer que fez o que podia e o que não podia para tentar aprender as lições do passado - enquanto instituição - e que deu o seu melhor. É bom que se diga agora para não ser tarde demais quando se tiver que dizer. Fica dito e fica agradecido”. 

Sendo Cabrita um dos ministros mais apontados como remodeláveis - e estando essa remodelação para acontecer no futuro próximo -, as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa parecem ser, além de gratidão, de despedida ao ministro. Este, presente em corpo na mesma cerimónia, bateu palmas ao discurso de Belém.

 

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