Rio e o comentário de Marques Mendes: “As mensagens que recebi a ridicularizá-lo, para não dizer a insultá-lo, são tantas”

Disputa interna entre o atual líder do PSD e Paulo Rangel foi alvo dos comentários de Marques Mendes.

Rui Rio recorreu às redes sociais para abordar o habitual comentário de Luís Marques Mendes ao domingo na SIC, depois de o comentador falar sobre alguns temas que marcaram os últimos dias, nomeadamente as eleições legislativas antecipadas e a situação interna do PSD.

“Nunca vejo o comentário de Marques Mendes. Mas hoje vou abrir uma exceção e vou ver o que ele disse sobre as eleições legislativas antecipadas e a situação interna no PSD. As mensagens que recebi a ridicularizá-lo, para não dizer a insultá-lo, são tantas, que fiquei curioso”, escreveu o líder do PSD, numa publicação partilhada no Twitter.

Sublinhe-se que no seu habitual espaço de comentário, Marques Mendes disse que o Governo discutiu, em Conselho de Ministros, a possibilidade de fazer um acordo com o PSD Madeira, para que os três deputados eleitos pelo PSD/Madeira pudessem fazer passar o Orçamento do Estado para 2022, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros travou esse acordo. “Quem travou [esse cenário] foi o ministro Augusto Santos Silva que disse que era uma perda de credibilidade para o Governo”, revelou o comentador, que elogiou a posição de Santos Silva.

Já sobre o chumbo do Orçamento, Marques Mendes considerou que  “acrescentar uma crise política à crise económica, à crise social, à crise pandémica, à crise energética e à crise da falta de matérias-primas nas empresas, foi uma irresponsabilidade” e defendeu que o PCP foi o “autor moral e material da morte da geringonça”.

Sobre as legislativas, nomeadamente sobre a data 16 de janeiro que reuniu o consenso dos partidos, Marques Mendes mostrou-se “incrédulo” com esta data e considerou que a mesma “mata” as hipóteses de Paulo Rangel, que pode ser eleito presidente do PSD no congresso agendado para 4 de dezembro.

“Fiquei a perceber que está meio mundo com medo de Paulo Rangel”, afirmou, referindo que as eleições a 16 de janeiro “só têm um efeito prático: ‘matar’ o candidato à liderança do PSD”.

“Se a data for 16 de janeiro e Paulo Rangel for eleito no dia 4 de dezembro, só tem dois dias para fazer listas de deputados, o que é uma impossibilidade prática”, disse, defendendo os dias 30 de janeiro ou 6 de fevereiro como datas mais “aconselháveis”.

Marques Mendes disse ainda que não acredita na teoria de que António Costa queria eleições antecipadas e acha que será difícil o PS obter uma maioria absoluta.

 “As eleições vão ser bipolarizadas entre o PS e o PSD”, disse.

“O Chega vai subir, mas pode não subir tanto se Paulo Rangel ganhar a liderança do PSD”, defendeu, considerando ainda que Rangel tem mais condições para unir a direita do que Rui Rio.