Israel volta a bombardear Gaza

Pelo menos dez pessoas morreram, incluindo uma menina de cinco anos e o líder da Jihad Islâmica da Palestina. As fações palestinianas prometem retaliar. 

Israel volta a bombardear Gaza

A força aérea israelita voltou a bombardear a Faixa de Gaza nesta sexta-feira. Desta vez, matou dez pessoas, incluindo uma menina de cinco anos, bem como o líder da Movimento da Jihad Islâmica na Palestina, Tayseer Jabari. O Governo israelita justificou o bombardeamento como uma ação preventiva, dado que militantes palestinianos estariam a preparar-se para disparar foguetes contra Israel.

Já a Jihad Islâmica na Palestina retaliou disparando mais de uma centena de foguetes contra território israelita. A vasta maioria dos quais foi interceptado pela Cúpula de Ferro, um sistema de defesa antiáerea de alta tecnologia, colocado na fronteira com Gaza com apoio de Washington, que ainda o ano passado ofereceu a Telavive mil milhões de dólares para comprar mísseis para a Cúpula de Ferro.

O ataque israelita a Gaza atingiu diversos edifícios nesta estreita faixa de território sobrepopulada, incluindo a Torre Palestina, onde estava Jabari, fazendo pelo menos 55 feridos. Foi «uma operação contra-terrorista precisa, contra uma ameaça imediata», assegurou o primeiro-ministro israelita, Yair Lapid, perante as câmaras de televisão.

Testemunhas discordam. «Tínhamos acabado de ter o almoço de sexta-feira e os meus filhos estavam a brincar. Subitamente, uma explosão atingiu a torre em que vivemos», contou um residente, ainda com a roupa ensopada de sangue, falando a um repórter da Al Jazeera, que ainda se deparou com drones de reconhecimento israelitas a sobrevoar a área. «Fugimos, o som era brutal», continuou esta testemunha. «Ficámos muito chocados, dado que este sítio está cheio de civis. Vi muitas vítimas serem retiradas».  

Agora, tanto a Jihad Islâmica da Palestina como o Hamas, que governa este território, prometem retaliar, temendo-se que esta seja a quarta guerra em Gaza desde 2008. A relação entre estas fações palestinianas rivais nunca foi fácil, por vezes até ocorrendo confrontos armados. Mas agora, ambas garantem estar unidas contra Israel. Entretanto, bombardeamentos aéreos israelitas continuaram durante a tarde de sexta-feira, avançou o Guardian, tendo Israel explicado que estava a atingir postos de observação da Jihad Islâmica. 

Israel já se preparava para uma escalada pelo menos desde a captura do comandante da Jihad Islâmica da Palestina na Cisjordânia, Bassam al-Saadi, esta segunda-feira, em Jenin. Desde então notou-se um aumento das operações israelitas nos arredores da faixa de Gaza. O posto fronteiriço de Karam Abu Salem, por onde entra o combustível utilizado pela única central elétrica de Gaza, que está há anos sob um pesado bloqueio de Israel, impedindo o acesso aos bens mais essenciais, também foi fechado.