PSD: a “máquina laranja” que “está de volta para tornar a governar Portugal”

Luís Montenegro não poupou críticas ao atual Governo e quis ressuscitar a esperança dos sociais-democratas e de todos os portugueses de um país melhor, e conta com o apoio de Pedro Passos Coelho, que deseja ao atual líder do PSD “a maior sorte do mundo.”

Por José Miguel Pires e Gonçalo Morais

PSD: um partido vivo, com ideias de futuro e que "está de volta para tornar a governar Portugal". Foi esta a ideia que Luís Montenegro, no seu discurso durante este domingo na festa do Pontal, no Algarve, quis deixar clara, não poupando críticas ao atual Governo socialista e apresentando uma proposta de programa de emergência social, no valor de mil milhões de euros. 

A atual governação "em nada mudou nos últimos anos", considerou o líder dos sociais-democratas, visto que "é um Governo tão igual aos dois anteriores, que está a empobrecer Portugal". E o futuro, disse, não é muito promissor: "Estamos a viver pior em Portugal e a ficarmos cada vez mais pobres".

Luís Montenegro afirmou também que Portugal tem hoje "uma sociedade nivelada por baixo, onde as pessoas recebem cada vez menos", e acusou o Partido Socialista (PS) de ser um Governo "de casos, sem que ninguém assuma a responsabilidade", referindo as "polémicas com o aeroporto, o despacho do primeiro-ministro sobre uma empresa das elétricas e as declarações da ministra da Agricultura".

"Parece mentira, mas aconteceu. Tudo o que acontece em Portugal menos bem, nunca é culpa do Governo", ironizou.

Montenegro não esqueceu no seu discurso de Pedro Passos Coelho, dizendo ter "honra e orgulho" em ter estado ao lado do ex-líder do PSD. E os elogios foram ouvidos por todos: "Foste um grande primeiro-ministro".

"Vivemos um tempo em que o país precisa muito de nós. É por isso também muito importante para mim saber que somos capazes de nos reunir, de nos reencontrar, e de nos abrirmos à sociedade", referiu. 

PSD propõe programa de emergência social

O partido entregou no Parlamento uma proposta de programa de emergência social que diz respeito ao período de setembro a dezembro, no valor global de mil milhões de euros de ajuda aos mais necessitados, anunciou ainda o presidente do PSD.

"Hoje [domingo] mesmo, o nosso líder parlamentar dirigiu um requerimento ao presidente da Assembleia da República para que, quando começar a funcionar o plenário, possa ser discutido o programa de emergência social que o Governo não faz, mas que nós vamos propor ao país", disse Luís Montenegro.

A primeira medida diz respeito a um vale alimentar de 40 euros por mês a todos os pensionistas e reformados com pensões até 1.097 euros, que são 2,5 indexantes de apoios sociais, e que custará 368 milhões de euros. A segunda proposta visa atribuir um vale alimentar a todos o que que estão na vida ativa e que têm um rendimento inferior a 1.100 euros.

O terceiro eixo, por outro lado, "é a proposta de redução do IRS nos quarto, quinto e sexto escalões, porque quem ganha entre 1.100 e 2.500 euros mensais também estão a passar dificuldades, não tão graves como as famílias mais carenciadas", mas também merecem apoio, disse Montenegro.

O programa apresentado inclui ainda a atribuição de mais dez euros adicionais a todas as crianças e jovens que recebem abono de família, "medida que custa cerca de 10 milhões de euros por mês, e linhas de apoio às instituições particulares de solidariedade social e às pequenas e médias empresas".

Pedro Passos Coelho marca presença, mas não quer ‘ofuscar’ Luís Montenegro

Pedro Passos Coelho, antigo primeiro-ministro, não quis faltar ao evento, tendo marcado presença na festa do Pontal, no Algarve, mas “não pretende” ‘ofuscar’ a direção de Luís Montenegro. 

"O PSD tem uma nova liderança. Tem pela frente a possibilidade de liderar a oposição e, em simultâneo, de preparar uma alternativa de Governo de que o pais vai seguramente precisar", disse Passos Coelho, em declarações aos jornalistas, recebido com palmas por quem já se encontra na festa no Calçadão de Quarteira, acrescentando que estará presente "apenas" para assinalar o "novo cíclo" do partido e o seu "desejo" de que "o esforço que está a ser feito por Luís Montenegro de reconciliação e união do PSD possa ser colocado ao serviço do país, que é aquilo que interessa", disse.

"Portugal vai precisar de um Governo diferente daquele que temos e, na altura própria, os portugueses irão se pronunciar sobre isso. O que eu quero demonstrar com a minha presença é a enorme confiança que tenho em torno da liderança do PSD, que está à altura desse desafio", considerou ainda o ex-primeiro ministro.

Questionado sobre se a sua presença irá “ofuscar” a intervenção de Luís Montenegro, o antigo primeiro-ministro foi claro: “Espero que não, porque senão não viria cá”.

Passos Coelho deixou ainda umas palavras ao atual líder dos sociais-democratas: "Desejo a Luís Montengro a maior sorte do mundo. É uma pessoa muito bem preparada, muito competente e que eu sei que vai estar à altura das exigências que o PSD vai enfrentar."

Questionado pelos jornalistas sobre se Montenegro poderá vir a ser o próximo primeiro-ministro, Passos Coelho disse ter "bastante confiança" em como o líder do PSD "preparará uma solução de Governo e poderá pô-la em prática na altura certa”.

Hugo Soares, secretário-geral do PSD, disse, ao Nascer do SOL, que se prevê “o maior Pontal de sempre”. 

 

 

 

Notícia atualizada.