PS pede desculpas públicas por intervenção “infeliz” de deputada socialista

Carlos Guimarães Pinto questionou Ana Abrunhosa sobre empresas do marido terem beneficiado de fundos comunitários e Isabel Guerreiro mandou apagar intervenção.

PS pede desculpas públicas por intervenção “infeliz” de deputada socialista

O PS pediu publicamente desculpas, esta quarta-feira, por a deputada socialista Isabel Guerreiro, em reunião da comissão de Poder Local, ter pedido para que a intervenção do deputado da Iniciativa Liberal Carlos Guimarães Pinto fosse apagada da gravação e excluída da ata.

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"O PS pede desculpa à instituição parlamentar, à Iniciativa Liberal em particular e aos demais partidos que estiveram presentes na comissão [de Poder Local] pela forma infeliz como a senhora deputada do PS [Isabel Guerreiro] tinha solicitado a remoção de elementos da ata e da gravação da reunião que tinha decorrido", afirmou o vice-presidente da bancada socialista Pedro Delgado Alves.

Recorde-se que em causa estão as questões de Carlos Guimarães Pinto sobre um alegado conflito de interesses da ministra, devido ao facto de duas empresas do marido da governante terem recebido fundos comunitários, atribuídos por comissões tutelados pelo ministério da Coesão Territorial.

O deputado liberal chegou mesmo a defender que Ana Abrunhosa só tinha duas alternativas ou o marido devolvia o dinheiro dos fundos ou a ministra devia demitir-se.

Na sequência da intervenção, a deputada socialista Isabel Guerreiro, eleita pelo círculo de Faro alertou para o facto de o tema não fazer parte da ordem de trabalhos da reunião, e pediu que as questões de Guimarães Pinto fossem apagadas da gravação e removidas da ata.

Já a ministra não respondeu à questão do liberal, mas defendeu que a gravação e ata se mantivesse na íntegra.

O caso gerou polémica e pouco depois Pedro Delgado Alves veio publicamente distanciar o partido das declarações de Isabel Guerreiro.

"Obviamente, não nos parece ter havido uma intenção censória da parte da senhora deputada, mas, efetivamente, aquilo que foi declarado não acompanha a prática de várias décadas do PS na Assembleia da República, não corresponde à forma de registar não só historicamente aquilo que acontece aqui, mas também para garantir o escrutínio parlamentar", afirmou.

"Pedimos desculpa pelo sucedido e temos consciência que será compreendido que um momento infeliz não marca e não manchará a posição do PS de futuro e permitirá que as forças políticas, no caso concreto a Iniciativa Liberal, reconheçam este nosso pedido de desculpa sobre a matéria", acrescentou.