Deputados do Chega levantam cartazes com cara de Catarina Martins no Parlamento

Partido reagia ao não levantamento da imunidade parlamentar da coordenadora do Bloco de Esquerda. Santos Silva deixou claro que não gostou do gesto da bancada.

O Parlamento confirmou, esta sexta-feira, em plenário, a decisão da Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados de não levantar a imunidade parlamentar à líder do Bloco de Esquerda.

A sessão acabou por ficar marcada por um protesto da bancada do Chega e pela consequente crítica do presidente da Assembleia.

Após a votação, os deputados do Chega levantaram-se empunhando cartazes com a fotografia de Catarina Martins, onde se podia ler também a palavra "impunidade", enquanto batiam nas mesas.

Augusto Santos Silva não gostou do comportamento da bancada e interveio.

"Considero o gesto a que agora assistimos profundamente ofensivo e inaceitável num Parlamento democrático", disse, recebendo um aplauso generalizado das restantes bancadas do hemiciclo.

O Chega queria que Catarina Martins fosse ouvida e constituída arguida no âmbito de uma queixa apresentada pela sua própria bancada, na qual acusava a líder do BE de difamação, na sequência de declarações proferidas na noite das eleições legislativas, há cerca de um ano.

"Cada deputado racista eleito no parlamento português é um deputado racista a mais", disse na altura Catarina Martins referindo-se ao Chega.

A comissão parlamentar recusou o levantamento da imunidade, alegando que as palavras da bloquista “foram proferidas no contexto de confronto político-partidário, pelo que o levantamento da imunidade parlamentar teria a virtualidade de limitar o livre exercício do mandato parlamentar da senhora deputada Catarina Martins".