Os talibãs do tabaco, mendigos, de Niro e Trump

Quão longe vai o tempo em que as gerações mais novas gritavam ‘é proibido proibir’. Hoje, é preciso proibir tudo o que não se enquadre na lógica woke, que é como quem diz, reescrever a história e condenar o passado e alguns costumes burgueses. 

1. Esqueçamos por uma semana a palhaçada do caso Galamba, que já ultrapassou todos os limites do razoável, para falarmos de alguns assuntos que marcaram a semana, para o bem e para o mal. A história do tabaco e das restrições aos locais de fumo e de venda reforçam o lado mais evidente da teoria do cancelamento, que este Governo tanto gosta de apoiar. Quão longe vai o tempo em que as gerações mais novas gritavam ‘é proibido proibir’. Hoje, é preciso proibir tudo o que não se enquadre na lógica woke, que é como quem diz, reescrever a história e condenar o passado e alguns costumes burgueses. Ao ver Margarida Tavares, secretária de estado da Promoção da Saúde, a justificar o injustificável, lembrei-me dos novos governantes talibãs do Afeganistão. Penso que não faltará muito para os fumadores serem considerados criminosos e merecerem chicotadas em público. Esperemos que não se chegue ao castigo de decepar a mão que segura o cigarro… E ainda fala esta rapaziada da licença de isqueiro que era preciso ter antes do 25 de Abril. Se havia dúvidas que estamos a caminho de uma ditadura de costumes, a última prova foi dada.

2. A preocupação do Governo com a sua agenda woke é de louvar. A necessidade de ter nomes neutros no Cartão de Cidadão é mais uma das medidas que lhes fica bem para o mundo do wokismo. Esperemos é que quem optar por um nome neutro no CC possa viajar livremente, pois muitos países não aceitam essas modernices. E, mais uma vez, para que fique claro, acho que cada um deve chamar-se o que quiser. Até podem querer ser Manuel de dia e Maria à noite, embora aí a atualização no CC não se possa fazer com tanta frequência.

3. Muita polémica deu a decisão do Tribunal Constitucional de considerar que quem ganha com a prostituição, e não estamos a falar das prostitutas, não deve ser condenado, já que não comete um crime, desde que as trabalhadoras do sexo desempenhem as suas funções de livre vontade. Esta seria uma excelente oportunidade para se discutir a legalização da profissão dita mais velha do mundo. Se houvesse casas devidamente autorizadas seria, seguramente, muito mais fácil às autoridades policiais fiscalizarem a eventual escravidão de algumas das mulheres. A prostituição nunca irá acabar e é preferível legalizá-la e defender quem faz dessa forma de vida o seu sustento. Recordem-se da lei seca…

4. Esta semana ficou a saber-se o que muitos conheciam, mas que por causa do politicamente correto todos fingiam desconhecer. Há grupos mafiosos do Leste que compram crianças e deficientes para os colocarem a mendigar em pontos estratégicos das cidades onde se instalam. As meninas são agredidas e violadas até engravidarem, pois nesse estado rendem mais em gorjetas. Alguns jornais fizeram reportagens a dar conta disso. Iremos continuar a permitir estas selvajarias?  
  
5. Uma das notícias que mais me fez sorrir esta semana foi o anúncio do sétimo filho de Robert de Niro. O homem aos 79 anos continua a fazer filmes, perdão, filhos e já vai no sétimo. Não será pelo magnífico ator que o mundo vai ter problemas de natalidade. 

6. Não tenho qualquer simpatia por Donald Trump – acho-o um boçal perigoso com cara e corpo de boneco insuflável –, mas fiquei perplexo com a condenação por uma suposta violação em 1996. Trump foi condenado a pagar cinco milhões, mas pergunto-me como terão concluído os jurados que houve tentativa ou violação numa loja de roupa? Como se provará um crime destes, sem provas e sem testemunhas? Basta o testemunho da suposta vítima? Quem defende a liberdade deve questionar-se se a figura em causa não fosse Trump e fosse alguém de um quadrante político bem mais à esquerda o que se diria? O mundo está mesmo a caminhar num sentido perigoso…  

vitor.rainho@nascerdosol.pt